CONSTRUÇÃO DE COMPETÊNCIAS NA DISCIPLINA SAÚDE E CIDADANIA

Autores

  • Angela Pena Ghisleni UFRGS
  • Luciana Laureano Paiva UFRGS
  • Luiz Fernando Calage Alvarenga UFRGS

Resumo

INTRODUÇÃO: O Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), orientado pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), adota uma proposta pedagógica que estimula o protagonismo dos alunos, bem como o desenvolvimento de competências que atendam a realidade social e as necessidades em saúde da população brasileira. Dentre as disciplinas que compõem a matriz curricular, destacamos as denominadas Saúde e Cidadania (SACI), que ocorrem do segundo ao oitavo semestre do curso nos Distritos Glória/ Cruzeiro/Cristal/ Centro de Porto Alegre/RS. Essas disciplinas inserem os acadêmicos em diversos cenários de prática da rede de atenção à saúde do SUS e equipamentos sociais do território, garantindo uma interação universidade-serviços-comunidade. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Em SACI I o acadêmico conhece o território de saúde, já em SACI II e III os acadêmicos são instigados a planejar e executar atividades de promoção da Saúde na Escola voltadas para a saúde da criança (em equipamentos sociais como escolas públicas e creches comunitárias do território). Em SACI IV e V planejam e executam ações de atenção secundária em grupos de idosos, de disfunções posturais e de reabilitação de assoalho pélvico em Unidades de Saúde. E em SACI VI e VII participam das rotinas das equipes de saúde das Estratégias de Saúde da Família, em especial nas visitas domiciliares, tendo como ferramenta principal a educação em saúde e as relações interpessoais/multiprofissionais, buscando habilitar os acadêmicos para o trabalho nos serviços da rede de atenção em saúde. A cada final de módulo, os acadêmicos reúnem-se em rodas de conversa para realizar trocas de aprendizagens, assim como no final do ciclo das SACIs, quando são convidados a refletirem acerca de toda experiência que tiveram ao longo dos sete semestres. IMPACTOS: Entende-se que o papel do professor, ao longo de todo o período, se traduz em um facilitador/mediador dos processos de aprendizagem, instigando o aluno na reflexividade durante e após a ação (PERRENOUD, 2002). Durante a ação, o acadêmico precisa refletir sobre o processo que está sendo vivenciado e após a ação é o momento de refletir sobre o ocorrido de maneira que seja possível transformar uma experiência em saberes capazes de serem retomados em outras circunstâncias. Dentre tais saberes, os alunos demonstram compreender o que de fato se propõe o Sistema Único de Saúde de nosso país, assim como identificar suas vulnerabilidades, em especial pela condição de violência que as comunidades convivem e que acaba comprometendo a atuação das unidades de saúde. Simultaneamente, compreendem a importância das relações humanizadas, repeitando diferenças e atuando em equipe na busca da superação de desafios. Ou seja, os acadêmicos compreendem a atuação da fisioterapia nos diversos níveis de atenção, em especial na atenção primária, junto a comunidades que muito ensinam e aprendem no convívio com os acadêmicos e professores. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Portanto, trata-se de uma disciplina que oportuniza ao professor, conforme preconiza Perrenoud (2002), ser um treinador no processo de autotransformação do acadêmico na construção de competências que permitam perceber seu papel como fisioterapeuta no sistema de saúde do Brasil.