JOGO DA APS: TECNOLOGIA EDUCATIVA COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA

Autores

  • Rayla Amaral Lemos UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA - UFJF

Resumo

INTRODUÇÃO: O uso crescente de metodologias ativas de aprendizagem no ensino superior dos cursos de saúde tem proporcionado um incremento na capacidade crítica reflexiva dos estudantes para resolução de problemas. No entanto, percebe-se que a utilização de jogos educativos ainda é incipiente, especialmente em relação às temáticas relacionadas ao conhecimento da organização e funcionamento do sistema de saúde, das políticas, programas e do conceito ampliado de saúde. A maioria dos jogos utilizados no campo da saúde é de caráter de simulação e tomada de decisão clinica. Em virtude desta lacuna, e de sua associação com a pouca aproximação dos estudantes com a temática da Atenção Básica-AB à saúde como eixo estruturante do modelo de saúde preconizado no Brasil, ainda em decorrência de currículos e processos de aprendizagem centrados no modelo positivista biomédico e hospitalocêntrico, objetivou-se a construção de um jogo educativo para ensino- aprendizagem da Política Nacional de Atenção Básica-PNAB. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Foi construído um jogo de tabuleiro constituído pelas seguintes peças: tabuleiro com 60 casas de três cores diferentes, quatro peões, um dado e cartas de três cores correspondentes às casas do tabuleiro. O jogo inicia com o lançar do dado e cada equipe ou jogador retira do monte uma carta correspondente à cor da casa que parou. Nas cartas existem três tipos de abordagens: questão a ser respondida sobre a PNAB, azar ou sorte em relação a uma atitude prática na AB e algum acontecimento que traz implicações relativas à AB. O jogo tem sido utilizado com estudantes do último ano do curso de fisioterapia. Antes do início do mesmo os estudantes são orientados a leitura prévia da política, e um mediador fica responsável por conduzir o jogo e promover discussões a cada jogada com o grupo. IMPACTOS: A espontaneidade e a ludicidade do jogo permitem a apropriação de conhecimentos de forma direta, ativa e interativa. O jogo estimula o trabalho em equipe, a reflexão do texto da política considerado por alguns estudantes de difícil leitura, a busca de resolução de problemas, enfrentamento de desafios e limites e a formulação de hipóteses. Desenvolve no estudante, através da brincadeira, habilidades e competências para o trabalho em saúde. Testes qualitativos experimentais baseados em avaliações do tipo antes e depois tem mostrado o acréscimo de conhecimento de no mínimo mais 10 pontos temáticos diferentes comparando a leitura isolada da PNAB e a leitura seguida do jogo. Relatos dos estudantes têm corroborado os efeitos positivos da utilização do jogo da APS como estratégia pedagógica. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O jogo se mostrou uma estratégia útil, inovadora, de baixo custo, boa receptividade e promotora de conhecimentos, possibilitando aquisição de futuras habilidades e competências para estudantes de fisioterapia.