O PET-GRADUASUS COMO PONTO DE PARTIDA PARA REFLEXÃO E (RE)CONSTRUÇÃO DE UM CURSO DE FISIOTERAPIA NO INTERIOR DO RIO GRANDE DO NORTE ARTICULADO AOS DEMAIS CURSOS DA IES, BEM COMO ÀS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE

Autores

  • Dimitri Taurino Guedes UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Fernanda Diniz de Sá UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Diego de Sousa Dantas UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Ana Luiza de Oliveira e Oliveira UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Adriana Gomes Magalhães UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Resumo

INTRODUÇÃO: Este projeto partiu da constatação de que as estruturas curriculares dos cursos da FACISA/UFRN são fragmentadas, com direcionamento para especialidades e carga horária de componentes da saúde coletiva restrita e concentrada nos primeiros ciclos das matrizes curriculares. Em outra vertente, tem-se a implantação de um curso de medicina pela EMCM/UFRN cujo PPC é concebido na perspectiva do ensino baseado na comunidade, trazendo o desafio de construir a integração nas práticas cotidianas. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: No tocante à integração ensino-serviço, foi realizada uma reunião prévia com profissionais da rede intersetorial do município de Santa Cruz-RN, incluindo profissionais egressos da FACISA, de modo a apreender as percepções quanto à integração com a universidade, suas contribuições e possíveis problemas provenientes dessa relação. A partir das falas dos profissionais, constatou-se a necessidade de estabelecer uma reorientação das práticas para alcançar a sustentabilidade da integração ensino/serviço/comunidade. A inserção da IES na RAS e demais redes intersetoriais se dá de forma incipiente, pontual e pouco aninhada às políticas indutoras da reorientação da formação para atuação no SUS. Tal inserção acontece na perspectiva de atender as prioridades das especialidades clínicas de cada núcleo profissional, por meio de um modelo hegemônico de clínica privatista, individualizante, biologicista, curativista e hospitalocêntrico, focado em tecnologias duras e considerando, superficialmente, os indicadores epidemiológicos, as necessidades de saúde e os saberes populares do território. As atividades ainda não dialogam com a agenda das equipes das unidades de saúde, refletindo ações pontuais, com baixa resolutividade e pouca adesão da população local. A integração ensino-serviço-comunidade vem ocorrendo apenas por meio da extensão universitária, sendo fragilizada no ensino e na pesquisa, que nem sempre conseguem formar um vínculo com os espaços extramuros. IMPACTOS: Com base no diagnóstico encontrado, pretende-se desenvolver as seguintes ações: realizar um fórum de discussão entre os cursos envolvidos, no tocante a interprofissionalidade, interdisciplinaridade e intersetorialidade em todos os níveis de atenção, para o levantamento de nós críticos e elaboração de estratégias de enfrentamento; constituir comissão de diálogo e pactuação de caráter permanente de integração ensino-serviço-comunidade, formada pelos tutores, representantes dos NDE, demais atores da gestão municipal e representantes do controle social, para mediação do percurso metodológico para a implantação e avaliação do processo de modificações curriculares; criar um componente curricular, comum a todos os cursos envolvidos, como mecanismo experimental, orientado ao ensino articulado com os serviços, que abordará produção e interpretação de indicadores de saúde do território e planejamento-execução de ações estratégicas para modificação dos indicadores; capacitar os docentes para a utilização de metodologias ativas; desenvolver ações pautadas na Educação permanente e apoio interinstitucional, para criar canais de discussão e aperfeiçoamento de políticas e projetos institucionais; e promover projetos de Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde, para aprimorar a formação de profissionais por meio da troca de experiências com os gestores, profissionais, pesquisadores, acadêmicos e usuários. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Com essas ações, esperamos consolidar uma formação humanizada, crítica e reflexiva, holística, com profissionais capacitados para serem agentes de mudanças, tanto nos processos de trabalho no SUS, quanto como cidadãos e promotores de empoderamento comunitário.