O CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO SOBRE O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E SEU FUNCIONAMENTO

Autores

  • André Moraes da Silva Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Caroline Gerke Cordeiro Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Geisilene da Conceição Costa Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Dayane Aparecida Moises Caetano Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Micheli Silva Alves Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Vinicius Santos Sanches Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
  • Gustavo Christofoletti Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Resumo

INTRODUÇÃO: O Sistema Único de Saúde (SUS) é a denominação da estrutura pública responsável pela promoção de saúde universal e igualitária à população brasileira. Tal qual está previsto na lei que o regulamenta e na Constituição Brasileira desde 1988. É direito do cidadão ter acesso à saúde de forma gratuita, sendo livre a exploração destes serviços pela iniciativa privada, modalidade complementar do sistema. O bom funcionamento da rede depende da participação popular e, para ser ativo no aprimoramento do SUS bem como acessar os serviços oferecidos, é indispensável conhecê-lo. Diante disso, este trabalho procura identificar, através de uma amostra aleatória da população de Campo Grande - Mato Grosso do Sul (MS), se a população compreende os serviços ofertados pelo SUS, bem como a sua dinâmica de funcionamento. OBJETIVOS: Identificar o conhecimento da população sobre o SUS, comparando com o perfil educacional e fontes de informação. METODOLOGIA: Sob um delineamento transversal, foi aplicado um questionário com 16 questões contendo perguntas sobre os serviços de saúde a que essa população tem acesso, se dependem exclusivamente de serviços públicos de saúde ou fazem uso da rede complementar, seus meios de informação, e contribuição com melhorias no SUS. As informações foram agrupadas em planilha de dados e analisadas por meio da estatística descritiva. RESULTADOS: Foram entrevistadas 50 pessoas sendo 31 mulheres e 19 homens, com faixa etária entre 12 e 61 anos. Destes, 44% tinham ensino superior, 40% ensino médio, 16% fundamental. No que diz respeito a principal fonte de informação, a maioria (64%) declarou obter conhecimentos por meio da televisão. Dos entrevistados, 50% não dependem exclusivamente da rede pública e, destes, 44% não se consideram usuários do SUS. Mesmo assim, 78% disseram conhecer a Unidade Básica de Saúde que atende sua região e 70% dos entrevistados recebem a visita do Agente de Saúde. Em caso de emergência 45% procuram a rede privada, 25% as UBS, 23% as Unidades de Pronto Atendimento e 7% hospitais públicos. Quanto a percepção dos participantes em relação a prioridade dos investimentos de recursos dentro dos níveis de atenção, 60% escolheram a atenção básica, 16% a atenção secundária, 14% a atenção terciária e 10% convênios com a rede privada. Participam da ouvidoria nas UBS apenas 12% dos entrevistados. Apenas 2% conhecem e frequentam o conselho local da sua região, 8% conhecem, mas não frequentam enquanto que 90% desconhecem. Quanto às reuniões do conselho municipal 94% relataram não ter conhecimento das audiências e localidade onde ocorrem. CONCLUSÃO: Quanto ao funcionamento da rede, a população se mostrou bem informada sobre os serviços dispostos no SUS, fato que pode ser atribuído a alta escolaridade e a principal fonte de informação declarada. Entretanto isto não influenciou na participação dos voluntários em conselhos e ouvidorias, o que é essencial para o aprimoramento do sistema. Já os usuários da rede privada, mostraram-se pouco participativos e não se consideram usuários dos serviços públicos de saúde, o que elucida um desconhecimento de tal população sobre a rede assistencial.