TRABALHO INTERDISCIPLINAR DE SIMULAÇÃO CLÍNICA: INTEGRANDO O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM NOS PERÍODOS INICIAIS DO CURSO DE FISIOTERAPIA

Autores

  • Rayla Amaral Lemos UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA - UFJF
  • Cyntia Pace Schmitz Corrêa UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA - UFJF

Resumo

INTRODUÇÃO: As diretrizes curriculares nacionais do curso de fisioterapia apontam a necessidade de uma formação orientada por competências e habilidades gerais e específicas focadas em formar um profissional crítico, reflexivo e apto à dar repostas resolutivas aos problemas de saúde dos indivíduos e coletividades. No entanto, observa-se ainda uma dicotomia teórico-prática, evidenciando um processo de ensino-aprendizagem fragmentado ao longo dos períodos do curso, gerando dificuldade em compreender o processo de saúde e adoecimento de forma ampliada e associada ao contexto do sujeito. As atividades interdisciplinares tem se mostrado uma prática efetiva de integrar conhecimentos favorecendo o alcance destas habilidades e competências. Assim, o objetivo desta proposta foi integrar conhecimentos e atitudes para a assistência fisioterapêutica ampliada através de um trabalho interdisciplinar de simulação clínica. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Como trabalho avaliativo das disciplinas de Técnicas Fisioterapêuticas Manuais e Cinesioterapia foi proposto a resolução prática de cinco casos clínicos que demandavam dos estudantes as seguintes competências e habilidades gerais e específicas: atenção à saúde, tomada de decisão, comunicação (com o paciente e em equipe), liderança, realização de consulta, avaliação e a intervenção fisioterapêutica ampla. A atenção fisioterapêutica deveria ser de caráter integral e articular os conhecimentos aprendidos ao longo do período nas duas disciplinas e suas antecessoras. Os discentes se organizaram em grupos que deveriam atender o paciente, que era interpretado pelos monitores das disciplinas de acordo com os casos clínicos previamente entregues a cada grupo. A atividade ocorreu sob mediação das docentes que promoviam discussões a cada simulaçã. IMPACTOS: A simulação clínica realística permite o desenvolvimento da capacidade de compreensão ampliada permitindo um atendimento mais resolutivo e adequado às necessidades do paciente. Estimula a reflexão e o trabalho em equipe para a resolução de problemas. Permite ao estudante avançar no sentido da compreensão do paciente como um ser integral superando a fragmentação didática da disciplina, alinhando múltiplas formas de abordagem para resolução do caso. A vivência no quarto período, quando ainda não há contato direto com pacientes reais, estimula a experiência precoce para um cuidado mais resolutivo motivando o estudante com o curso. A experiência propiciou também às docentes a possibilidade de re-significar as disciplinas delineando propostas que podem ser incorporadas ao currículo do curso integrando outras disciplinas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A experiência possibilitou a vivência de habilidades e competências para estudantes de fisioterapia com foco na integralidade do cuidado e na formação crítica e reflexiva. Além disso, observamos que metodologias ativas de ensino e práticas interdisciplinares promovem um aprendizado mais significativo e condizente com os preceitos preconizados pelas diretrizes curriculares nacionais do curso de fisioterapia.