DESEMPENHO NO TESTE DE CAMINHADA DE SEIS MINUTOS: ASSOCIAÇÃO COM ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL, CLAUDICAÇÃO INTERMITENTE E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM PACIENTES COM ALTO RISCO CARDIOVASCULAR

Autores

  • Tiago José Nardi Gomes CENTRO UNIVERSITÇRIA FRANCISCANO
  • Ana Flavia Portella Jardim CENTRO UNIVERSITÇRIA FRANCISCANO
  • Caroline de Oliveira Balconi CENTRO UNIVERSITÇRIA FRANCISCANO
  • Patricia de Moraes Costa CENTRO UNIVERSITÇRIA FRANCISCANO

Resumo

INTRODUÇÃO: O teste de caminhada de seis minutos (T6') é um teste submáximo que permite avaliar a capacidade funcional através da mensuração da distância percorrida e comparação com a prevista conforme gênero, idade, peso e altura. Constitui-se num instrumento simples, de fácil aplicação, baixo custo, com a vantagem de refletir atividades de vida diária e possibilitar a avaliação global de múltiplos fatores envolvidos durante o exercício, como a circulação sistêmica e periférica, metabolismo muscular e sistema cardiopulmonar. O T6' tem sido amplamente utilizado na avaliação prognóstica associada a risco de eventos e mortalidade em portadores de insuficiência cardíaca ou doença pulmonar obstrutiva crônica, assim como instrumento auxiliar na indicação de transplantes pulmonares e cardíacos, em avaliações peri-operatórias e de respostas às terapêuticas e nos programas de reabilitação cardiorrespiratória. A DAOP é considerada um marcador de aterosclerose generalizada, porém apenas uma pequena parcela dos indivíduos manifesta os clássicos sintomas de claudicação intermitente. Em função disso, a medida do índice tornozelo-braquial (ITB) constitui-se em ferramenta recomendada para a avaliação clínica rotineira de indivíduos com fatores de risco cardiovasculares, onde um ITB abaixo de 0,90 é considerado diagnóstico de DAOP. O ITB também se correlaciona com o desempenho no T6' e a atividade física e encontra-se mais associado à função dos membros inferiores do que à claudicação ou outros sintomas periféricos. O emprego de instrumentos de avaliação de nível de atividade física e de funcionalidade, como escalas de exercício auto-referido e o T6', podem contribuir para a avaliação e acompanhamento de pacientes vasculopatas, mesmo em condições clínicas com ausência de sintomatologia, como na maioria dos casos de doença arterial obstrutiva periférica (DAOP). OBJETIVO: Avaliar a associação do desempenho no T6' com nível de atividade física, presença de claudicação intermitente e índice tornozelo braquial (ITB) alterado em pacientes acima de 55 anos acompanhados no ambulatório geral do ICFUC-RS. METODOLOGIA: Foi medida a distância percorrida em 6 minutos pelo paciente sob supervisão do pesquisador. O nível de atividade física foi avaliado pelo relato da atividade física realizada na última semana através do questionário IPAQ forma curta e pela frequência de caminhadas semanais. A presença de claudicação intermitente foi avaliada pela aplicação do Questionário de Claudicação de Edimburgo. RESULTADO: Foram avaliados 164 pacientes, 106 homens e 58 mulheres, com idade média de 65 anos. O T6' apresentou associação com as medidas de ITB (p = 0,007), com mais pacientes com T6' abaixo do previsto tendo ITB alterado. A distância percorrida no T6' dentro do previsto também esteve associada com atividade física mais intensa e maior frequência de caminhadas semanais (p = 0,001 para ambos). Mais pacientes com claudicação intermitente apresentaram T6' abaixo do previsto, quando comparados com os assintomáticos (p = 0,001). CONCLUSÃO: O T6' abaixo do previsto demonstrou associa‹o com a presena de claudica‹o intermitente, com ITB alterado, e com n’veis mais baixos de atividade f’sica, sugerindo que esse instrumento simples de avalia‹o da capacidade funcional possa ser œtil na avalia‹o desses pacientes.