EFEITO DO FORTALECIMENTO DA MUSCULATURA RESPIRATÓRIA EM PORTADOR DA DOENÇA STRUMPEEL-LORRAIN: ESTUDO DE CASO NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores

  • Angelo Piva Biagini UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - UFU
  • Carlos Fernando Ronchi UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - UFU
  • Larissa Crystine Fernandes Silva Buzzato UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - UFU

Resumo

INTRODUÇÃO: Strumpell-Lorrain É uma doença neurodegenerativa, caracterizada por fraqueza muscular e espasticidade progressivas. Acomete a biomecânica respiratória, prejudicando músculos respiratórios e qualidade de vida de seu portador. O fortalecimento da musculatura respiratória melhora função pulmonar e variáveis respiratórias do assistido. A implementação de assistência domiciliar incluída no Programa de Saúde da Família, com ações direcionadas ao indivíduo e seu contexto podem minimizar as perdas referentes à evolução da mesma. OBJETIVO: Avaliar Pressão inspiratória máxima (PImax), Pressão expiratória máxima (PEmax), Pico de fluxo expiratório (PFE) em paciente com doença de Strumpell-Lorrain antes, e após 6 e 12 semanas de tratamento, respectivamente. METODOLOGIA: Paciente do sexo masculino assistido na UBSF Jardim Brasília de Uberlândia-MG, atendido em domicilio, no período de novembro de 2014 a fevereiro de 2015. Na avaliação inicial apresentou: fraqueza e encurtamento muscular com predominância em membros inferiores e tronco. Com o paciente em posição sentada, foram mensurados os valores de PImax e PEmax utilizando-se o Manovacuômetro e o PFE pelo Peak Flow Meter; com intervalo de três minutos entre as medidas. Foram realizadas três repetições, considerando o maior valor obtido. As avaliações ocorreram antes, 6 e 12 semanas após o tratamento. Para fortalecimento dos músculos respiratórios foi utilizado Threshold IMT, com carga inicial de 30% da PImax, aumentada progressivamente com três séries de 10 repetições, 2 vezes por semana. RESULTADO: Os dados foram analisados utilizando o programa SigmaPlot 11. Os valores das variáveis respiratórias mensurados foram: PI Max (cmH2O): Início: - 73.3 ± 6.6 = 6 semanas: - 78.2 ± 7.4 = 12 semanas: - 83.3 ± 5.5; p = 0.257; PEmax (cmH2O): Início: 53.5 ± 4.3. < 6 semanas: 66.7 ± 8.6 = 12 semanas: 74.7 ± 4.1; p = 0.002 e PFE (L/Min): Início: 202.5 ± 22.1. < 6 semanas: 330 ± 21.6 = 12 semanas: 316.6 ± 30.5; p. <0.001. Houve melhora significante nos valores de PEmax e do PFE após 12 semanas de tratamento, o que indica aumento da força dos músculos respiratórios no paciente assistido. CONCLUSÃO: Houve aumento significante nos valores de PEmax e PFE. Mesmo n‹o alcançando um valor estatisticamente significante a PImax apresentou melhora após o tratamento. Observa-se neste relato de caso, que a atuação do fisioterapeuta no domicílio viabiliza melhora das condições gerais do paciente, assim como consequente aumento nas variáveis respiratórias e da função pulmonar do mesmo. Vale ressaltar que o Threshold tem um bom custo-benefício, e pode ser aplicado em futuros programas de tratamento na Estratégia de Saúde da Família.