A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO E DA CO-RESPONSABILIZAÇÃO DA FAMÍLIA NO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA-CUIDADO

Autores

  • Thaís Cardoso da Silva UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
  • Francielle Torres Benitez UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
  • Daniele de Oliveira UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
  • Arthur de Almeida Medeiros UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

Resumo

INTRODUÇÃO: Visando proporcionar vivências na atenção primária e colocar em prática os conhecimentos adquiridos na formação em Fisioterapia e em saúde publica, a matéria de Saúde e Cidadania (SACI) módulo cinco inseriu os alunos do quinto semestre da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) em uma unidade básica de saúde da família (UBSF) em Campo Grande, MS. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Por meio dos agentes comunitários de saúde (ACS) foi realizado o levantamento dos pacientes acamados e/ou restritos ao domicílio que necessitavam de fisioterapia no bairro e apresentado a enfermeira da unidade que nos solicitou que fosse elaborado o projeto terapêutico singular (PTS) do paciente S.C 73 anos. Foram realizadas visitas domiciliares ao longo do semestre a fim de auxiliá-lo integralmente em suas necessidades, tanto de saúde quanto sociais. Tentamos melhorar sua independência funcional o que não foi possível devido à falta de co-responsabilidade da família, a qual não mantinha as adaptações feitas no ambiente, para facilitar o acesso do paciente a água e alimentos, bem como não contribuíam para a realização das atividades orientadas nos demais períodos em que não era assistido pela fisioterapia. Após alguns dias foi identificado uma úlcera sacral e a família não havia comunicado a enfermeira da área para acompanhamento, levamos esta demanda para a enfermeira da UBSF pois não estava ocorrendo a higienização nem a medicação adequada, contudo, não obteve-se retorno. Não havia comunicação interfamiliar para agendar os exames com rapidez, apenas uma filha do paciente era responsável por marcar e leva-lo ao médico e ainda estava em busca de emprego. IMPACTOS: Foram observadas a falta de interação e comunicação entre a UBSF e a família; entre os próprios familiares; e entre nossa equipe e os membros da UBSF. Notamos que a citada falta de comunicação e co-responsabilização nos prejudicou durante o desenvolvimento das atividades pois o paciente era dependente dos familiares. Em relação as demandas do paciente e de seus familiares levadas a UBSF grande parte não foi atendida, fato este que pode ter sido pelo déficit de profissionais na área. A microárea da residência do usuário está descoberta a quatro meses, e o vínculo da família com a UBSF se dava, quase que exclusivamente, pela equipe de fisioterapia. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Com essa experiência afirmamos que o tratamento do paciente não depende somente dele e que para se ter a integralidade do cuidado as interações sociais entre profissionais da saúde e os próprios familiares, devem estar em equilíbrio. Entendemos o quanto na prática associar a co-responsabilidade do cuidado é difícil, contudo tentamos da melhor maneira possível manter a família e a UBSF informadas sobre o estado de saúde do paciente que por fim conseguiu dar início ao tratamento de quimioterapia.