INTERFACES ENTRE OS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAIS EM ATLETAS COM LESÃO MEDULAR ESPINHAL PRATICANTES DE RUGBY EM CADEIRA DE RODAS

Autores

  • Márcia Luciane Drumond das Chagas e Vallone PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
  • Larissa de Oliveira e Silva PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
  • Lavênia Jònia Marques Azeredo PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
  • Luiza Maria Ferreira PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
  • Shayene Kellen Fernandes PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Resumo

INTRODUÇÃO: Os princípios da classificação esportiva para atletas com deficiência têm função de extrema importância na determinação de suas habilidades, bem como garantir que medidas para avaliação desses atletas sejam válidas, confiáveis e baseadas em evidências. Utilizar das interfaces entre os sistemas de Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), e a Classificação Funcional (CF) é um dos desejos do Comitê Paralímpico, o que poderia fundamentar e direcionar estudos em atletas paralímpicos, como aqueles com lesão medular espinhal (LME) praticantes de Rugby em cadeira de rodas (RCR). OBJETIVO: Buscou-se identificar medidas de associação entre os dois sistemas de classificação: Classificação Funcional do RCR e a CIF, sob a luz dos modelos te—ricos que as fundamentam, suas interfaces e distanciamentos. METODOLOGIA: Trata-se de estudo transversal observacional realizado em atletas, com LME - Tetraplegia, do time Minas Quad Rugby. A pesquisa possui aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (CAAE: 64803517. 4.0000.5137) e todos os atletas participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os instrumentos de medidas selecionados objetivaram classificar os atletas em todos os domínios da CIF e incluir aqueles previamente avaliados e classificados na CF. No RCR a classificação é composta por três fases distintas: avaliação física, da técnica e por observação (no jogo). A avaliação das incapacidades incluiu avaliação fisioterapêutica, levantamento de lesões, a utilização dos seguintes instrumentos: World Healthy Organization Disability Assessment Schedule 2.0 (WHODAS 2.0); Medida de Independência Funcional (MIF); Protocolo de Levantamento de Problemas para a Reabilitação (PLPR); WHOQOL-BREF e a Escala de Classificação Neurológica da Lesão Medular (ASIA). RESULTADO: Os atletas tinham idade média de 31,4 anos, com classes funcionais entre 0.5 e 3.0, sendo que a baixa pontuação na CF é indicativa de menor capacidade funcional. A correlação entre os escores da MIF e a pontuação da CF foi positiva e boa, demonstrando existir associação nos domínios de atividade e participação. No PLPR, os resultados variaram de 4,08 a 27,7, indicando que na auto percepção, os atletas classificam sua limitação como leve. A qualidade de vida foi avaliada como boa somente no domínio das relações sociais. CONCLUSÃO: Observa-se que mesmo encontrando correlação entre as medidas de deficiência das funções corporais e limitação de atividades, nos dois sistemas de classificação, as medidas de deficiências apresentam baixa associação com medidas de atividade ou participação em atletas com lesão medular, praticantes de RCR. Além disso, a necessidade de definir e especificar quais medidas de deficiência e limitação de atividades seriam válidas e confiáveis para indicar o grau de incapacidade mostra que muitos estudos científicos ainda precisam ser conduzidos nessa nova área de atuação do Fisioterapeuta.