MAPEANDO AS INCAPACIDADES FUNCIONAIS DA HANSENÍASE, CIF OU WHODAS 2.0?

Autores

  • Sheila Schneiberg UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, LAGARTO; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL
  • Lucimçria de Souza Santana UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, LAGARTO; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL
  • Suelane Rosa de Sales UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, LAGARTO; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL
  • Mayara Santos Bonfim UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, LAGARTO; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL
  • Fernanda Paixìo Amado UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, LAGARTO; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL
  • Vivian Tais Cunha de Souza UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, LAGARTO; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL
  • Elisvânia Barroso Carregosa UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, LAGARTO; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL
  • Matheus Silva D'alencar UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, LAGARTO; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL

Resumo

INTRODUÇÃO: A Hanseníase é uma doença infecto contagiosa, classificada como crônica, causada pelo Mycobacterium leprae. Além das inúmeras repercussões físicas, o estigma e preconceito sofrido, podem repercutir no isolamento da pessoa na sociedade, e até mesmo o desemprego. O diagnóstico da hanseníase é estabelecido com base no exame neurológico e análise da pele, através do formulário de avaliação neurológica simplificada e formulário de avaliação do grau de incapacidade, esses preconizados pelo ministério da saúde. O grau de incapacidade é estabelecido com base nos critérios de avaliação neurológica de olhos, mãos e pés e tem seu resultado expresso em valores que variam de 0 (zero) a II (dois). Apesar de ser avaliações comumente usadas, elas avaliam apenas os déficits físicos, n‹o possibilitando conhecer nível de funcionalidade do paciente, e outras prováveis consequências das sequelas dessa doença. A CIF também é muito extensa, com suas 1.454 categorias, a qual dificulta a utilização na prática clínica. Buscando facilitar o uso clínico da CIF, foi elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o World Health Organization Disability Assessment Schedule 2.0 (WHODAS 2.0), que tem como objetivo avaliar o nível de funcionalidade em seis domínios de vida, cognição, mobilidade, autocuidado, convivência com as pessoas, atividades de vida e participação na sociedade. O WHODAS 2.0, é um instrumento de avaliação auto aplicável e genérico permite medir o impacto na funcionalidade do indivíduo afetado, porém, não há estudos realizados no Brasil referente a sua aplicação em indivíduos com hanseníase. OBJETIVO: O objetivo deste estudo é verificar a aplicabilidade do World Health Organization Disability Assessment Schedule 2.0 (WHODAS 2.0) na avaliação das incapacidades funcionais da hanseníase, comparando os resultados dessa avaliação com os s obtidos através das escalas Screening of Activity Limitation and Safety Awarenes (SALSA), participação (PAR) e grau de incapacidade. Sendo estas últimas escalas, recomendadas pelo ministério da saúde para avaliação da hanseníase. METODOLOGIA: Estudo transversal, realizado em pessoas com hanseníase, atendidas no Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (CEMAR) e Hospital Universitário (HU), da Universidade Federal de Sergipe (UFS). A avaliação da limitação de atividade e restrição a participação foi realizada através das escalas SALSA, PAR e WHODAS 2.0 e as incapacidades físicas, através do grau de incapacidade da Organização Mundial da Saúde. RESULTADO: A amostra foi composta por 20 participantes, média de idade 44,9 anos (± 13,72). Houve correlação significativa entre a escala SALSA e questionário WHODAS 2.0 para as limitações das atividades (Rh™ = 0,82; p. <0,0001), e restrições a participação entre a escala PAR e questionário WHODAS 2.0 (Rh™ = 0,51; p. <0,05), mas essa correlação não foi significante entre WHODAS 2.0 e grau de incapacidade (Rh™=0,36; p=0,12). CONCLUSÃO: O estudo demonstrou que o questionário WHODAS 2.0 pode ser usado em indivíduos com hanseníase, principalmente para investigar as limitações de atividade e restrições a participação, porém avaliações complementares que levem em consideração os domínios da Classificação Internacional de Funcionalidade Incapacidade e Saúde (CIF), investigando déficits físicos, onde o escore é dado pelo avaliador devem ser utilizadas.