VIVENCIANDO O CONCEITO DE CUIDAR NA FORMAÇÃO EM FISIOTERAPIA: UMA EXPERIÊNCIA A PARTIR DO CÂNCER DE MAMA FEMININO

Autores

  • Rayara Cássia dos Santos Evangelista CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIPÊ
  • Jånia de Faria Neves CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIPÊ
  • Lucy Santos da Cunha CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIPÊ
  • Amanda Cristiane Pereira da Silva CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIPÊ
  • Marina Oliveira dos Santos Lima CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIPÊ
  • Ana Rafaela de Almeida Gomes CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIPÊ
  • Karolina Galdino Neves CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIPÊ

Resumo

INTRODUÇÃO: O cuidado em saúde é um conceito que, embora n‹o recente, vem ganhando destaque nos últimos 10 anos nos debates que envolvem as temáticas saúde e doença em toda a sua amplitude. Isso porque cuidar implica em mais do que a prestação de uma assistência. Cuidar inclui uma esfera de ordem emocional e um profundo comprometimento com os aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos que determinam, perpetuam o agravam a condição de adoecimento ou a manutenção da saúde. Por essa razão, os currículos em saúde vêm se modificando nos últimos anos para orientar uma formação que possa gerar um perfil de egresso com competência e habilidades necessárias para cuidar de pessoas ao invés de tratar doenças. OBJETIVO: Analisar a percepção de alunas extensionistas sobre o cuidar em saúde a partir de vivências com mulheres com câncer de mama. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa de campo, de corte transversal, descritiva e qualitativa realizada com 5 extensionistas de um projeto de extensão de Fisioterapia e cuidados paliativos no câncer de mama e uroginecológico. Como instrumento de coleta dos dados foi utilizado um roteiro composto por 4 perguntas norteadoras que deram a tônica da conversa. Os dados foram coletados por meio da técnica do grupo focal e as conversas que aconteceram nos 2 encontros foram gravadas com o gravador de voz do celular Grand Duos da marca SamSung. Após essa etapa, as falas foram transcritas e agrupadas em categorias de análise para, posteriormente, serem submetidas a análise de discurso, proposta Michel Pôcheux. RESULTADO: Identificou-se por meio dos 5 relatos que na percepção das aprendentes há uma diferença importante entre ouvir o conceito de cuidar e vivenciar o cuidado na prática. Nas falas ainda é possível perceber que as extensionistas fazem uma diferenciação clara do cuidar em saúde com pacientes crônicos e pacientes com doenças agudas, assim como em paciente com doenças potencialmente mortais. Há um destaque, adicionalmente, para as verbalizações que imputam ao fisioterapeuta a necessidade de pensar o cuidado entendendo o conceito de doença e de saúde em uma perspectiva ampliada, o que requer conseguir perceber os aspectos socioeconômicos, culturais e espirituais que envolvem o processo de cuidar, principalmente em pacientes com câncer. Para as participantes, reconhecer essa amplitude tem impacto direto na forma de exercer a Fisioterapia, o que fez emergir em suas práticas conceitos como escuta qualificada, projetos terapêuticos singulares, composição de itinerários terapêuticos e atuação de uma equipe multiprofissional efetiva e resolutiva. Ao mesmo tempo, elas afirmam que identificar-se com a causa subjacente que é o câncer de mama, ajuda na execução de práticas ampliadas, empíticas e pensadas a partir de um planejamento que visa potencializar as ações pensadas. CONCLUSÃO: Os relatos das participantes perfazem um caminho que revela um amadurecimento intelectual e de práticas e comportamentos. A experiência com pacientes oncológicos, especialmente às mulheres com câncer de mama, gerou pelo profundo envolvimento emocional e compromisso Ético e do fazer da Fisioterapia, permitindo um aprofundamento das práticas que geram um cuidar integral.