PERCEPÇÃO DA GESTÃO E DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA DE UM MUNICÍPIO DO LITORAL CATARINENSE SOBRE O NASF

Autores

  • Luiza Maria da Silva UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - UNIVALI
  • Manuela Arceno UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - UNIVALI
  • Simone Beatriz Pedroso Viana UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - UNIVALI

Resumo

INTRODUÇÃO: O Núcleo de Apoio a Saúde da Família foi criado pelo Ministério da Saúde com o objetivo de ampliar o escopo das ações da Atenção Básica, assim como a capacidade resolutiva clínica das equipes. Composto por uma equipe de profissionais de diferentes áreas do conhecimento apoiam equipes de saúde da família, compartilhando saberes e práticas em saúde em territórios pré-definidos. OBJETIVO: Esta pesquisa objetivou analisar a percepção dos profissionais da Atenção Básica e da gestão de um município no litoral catarinense, a respeito do NASF. METODOLOGIA: Trata-se de pesquisa exploratória, cujos dados foram coletados a partir de entrevistas grupais, realizadas com equipes que compõem a rede pública de um município do litoral catarinense, tendo como sujeitos 53 indivíduos (equipes ESF, NASF e gestão). Para a análise das respostas subjetivas foi utilizado o processo categorização, compatível com a técnica da pesquisa qualitativa. RESULTADO: Os resultados apontam para uma percepção equivocada da Política Nacional da Atenção Básica, tendo como explicação a falta de conhecimento das diretrizes e ferramentas do NASF de todos os profissionais que compõem a Atenção Básica. Na visão dos participantes da pesquisa as ações de cuidado da atenção básica estão voltadas predominantemente para grupos de risco, visando atender a demanda; fica clara a dificuldade de relação teoria e prática tanto no que se refere aos profissionais quanto da gestão do desenvolvimento de ações em saúde. Para a Equipe Saúde da Família, os profissionais do NASF são especialistas e sua presença na atenção básica cumpre o papel de triagem para atendimento clínico. Os profissionais do NASF se sentem intrusos no contexto das unidades básicas de saúde e acreditam que a gestão poderiam desenvolver ações de integração entre as equipes. A comunicação, ou a falta dela foi citada como fator de desagregação entre equipes, comprometendo o relacionamento, a efetividade e resolutividade da atenção básica; As ações desenvolvidas pela equipe NASF n‹o apresentam continuidade levando a expectativas frustradas e fragmentação do trabalho das equipes. Na fala dos participantes o interesse que moveu a habilitação do NASF no município foi meramente financeiro. CONCLUSÃO: Apesar das dificuldades encontradas na operacionalização do NASF e no uso de suas ferramentas no município estudado, observou-se intenção das equipes e gestão em corrigir rumos. Acredita-se que o trabalho de consultoria, capacitação dos profissionais, convênio com programas de residência multiprofissional e até mesmo a renovação da equipe possa colaborar na melhora do processo de trabalho. Estas possibilidades, no entanto, devem ser pensadas e discutidas coletivamente com as equipes envolvidas, a fim de que n‹o se corra mais o risco frustação na implantação de novas estratégias.