ASSISTÊNCIA FISIOTERAPÊUTICA NO AMBIENTE HOSPITALAR EM PACIENTE COM DERRAME PLEURAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • José Pablo Gonçalves de Queiroz UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB
  • Natália Monteiro Guedes UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB
  • João Aragão Filho UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB
  • Eleazar Marino de Freitas Lucena UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB

Resumo

INTRODUÇÃO: O derrame pleural (DP) caracteriza-se pelo acúmulo de grande quantidade de líquido na cavidade pleural podendo ser identificado como patologia primária ou secundária. Este é decorrente de desequilíbrios entre mecanismos que favorecem o aumento da entrada do líquido no espaço pleural e a fatores que dificultam sua absorção. O quadro clínico pode cursar com dispneia, dor, tosse seca, redução da expansibilidade pulmonar e até mesmo o óbito em casos mais severos. Com isso, o objetivo deste trabalho é discorrer a respeito da assistência fisioterapêutica prestada ao paciente com derrame pleural. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Trata-se de um estudo descritivo-observacional realizado na enfermaria do Hospital Universitário Lauro Wanderley - HULW, em João Pessoa-PB, com uma paciente do sexo feminino, M.L.S.M. de 56 anos de idade. A atividade consistia em atendimentos desenvolvidos por dois acadêmicos do sexto período do curso de fisioterapia sob a supervisão do docente durante a disciplina Fisioterapia nas Disfunções do Sistema Respiratório, no período de 04/04/2017 a 27/04/2017. Além dos nossos atendimentos com duração média de 35 minutos, duas vezes por semana, a paciente recebia também atendimentos dos fisioterapeutas do hospital. Foi admitida no dia 23/02/2017 com queixas de desconforto respiratório, e diagnosticada com derrame pleural e cirrose hepática não alcoólica. No exame físico percebeu-se: hematoma do lado direito devido ás constantes toracocenteses, frêmito vocal diminuído no hemitórax direito, dispneia aos pequenos esforços, edema nos tornozelos, ausculta pulmonar com ruídos adventícios do tipo estertores crepitantes difusos. A paciente ainda fazia uso de ventilação mecânica não invasiva (VNI) por meio do aparelho de pressão positiva a dois níveis (BILEVEL - IPAP de 15cmH2O e EPAP de 10cmH2O) quando relatava intenso desconforto respiratório. Nas condutas destacam-se: o padrão ventilatório diafragmático, realizado de forma ativa pela paciente para garantir conscientização dos músculos respiratórios e promover incursões adequadas; manobras de reexpansão pulmonar para aumentar o fluxo expiratório (técnica compressão e descompressão bem requisitada); inspiração fracionada em tempos associada á cinesioterapia motora; alongamento estático dos principais grupos musculares dos membros superiores, inferiores e acessórios da respiração para manutenção da flexibilidade; mobilizações ativas-assistidas para aumentar amplitude de movimento; fortalecimento muscular com resistência manual; e administração de VNI durante toda a sessão para proporcionar alívio da dispneia e drenar o DP. IMPACTOS: A abordagem fisioterapêutica adotada possibilitou: conscientização dos músculos responsáveis pela respiração, com consequente melhora nas incursões respiratórias (de 26 para 21) e alívio do desconforto respiratório referido nas posições sentada e em pé; diminuição dos ruídos adventícios auscultados; melhora na amplitude articular e flexibilidade de membros superiores e inferiores, inclusive, possibilitando uma caminhada pelo corredor. Todos estes benefícios foram percebidos por nós acadêmicos, bem como pela paciente e seus familiares, que compartilhavam relatos de melhora significativa. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Portanto, a fisioterapia mediante seus recursos terapêuticos mostrou melhora dos sinais clínicos observáveis, sendo o principal parâmetro as considerações positivas da paciente acerca de sua evolução.