TREINO DE MARCHA COM SUSPENSÃO PARCIAL DE PESO: UMA ÓRTESE ECOLÓGICA

Autores

  • Camila Carneiro da Cunha Amorim CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - UNIPÊ
  • Thyalli Ferreira de Souza Nascimento CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - UNIPÊ
  • Valeska Christina Sobreira de Lyra CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - UNIPÊ
  • Miriam Lúcia Carneiro Nóbrega CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - UNIPÊ
  • Aliceana Ramos Romo de Menezes Araújo CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - UNIPÊ

Resumo

INTRODUÇÃO: A síndrome de Down é uma condição genética, reconhecida há mais de um século por John Langdon Down, que constitui uma das causas mais frequentes de deficiência mental. Down apresentou cuidadosa descrição clínica da síndrome, entretanto, erroneamente estabeleceu associações com caracteres étnicos, seguindo a tendência da época e deu-lhe, inadequadamente, o nome de idiotia mongoloide (MOREIRA, 2000). Além do atraso no desenvolvimento, outros problemas de saúde podem ocorrer na pessoa com a síndrome de Down, como problemas de audição, de visão, alterações na coluna cervical, obesidade, envelhecimento precoce, cardiopatias congênitas e hipotonia, que afeta o desenvolvimento motor. O tratamento fisioterapêutico deve ser realizado no paciente de uma forma precoce e deve incluir o estímulo ao desenvolvimento neuropsicomotor normal, do sustento cefálico ao treino de marcha que é realizado com suporte total de peso, para aqueles pacientes com dependência total de sustentação de tronco, ou parcial de peso, naqueles que realizam a bipedestação mas possuem hipotonia que limita seu sustento. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: No mês de maio de 2017, foi realizada a V Eco Órtese no Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ que tem como objetivo confeccionar órteses ecológicas e sustentáveis, buscando utilizar preferencialmente materiais recicláveis. Desta forma, várias órteses foram construídas para o componente curricular da Saúde da Criança, a exemplo da órtese confeccionada para a paciente L. V. S. de 1 ano e 4 meses, com diagnóstico clínico de Síndrome de Down e diagnóstico cinético funcional de atraso do desenvolvimento e déficit de deambulação. Na tentativa de auxiliar positivamente a manutenção da postura bípede, bem como potencializar o trabalho de marcha com a paciente e minimizar o desgaste postural do terapeuta foi solicitada a construção da órtese para treino de marcha com suporte parcial de peso. Logo, foi realizada uma avaliação fisioterapêutica na paciente e, posteriormente, a confecção da órtese utilizando materiais de baixo custo, os quais em sua maioria foram doados por terceiros. A órtese construída é um dispositivo auxiliar que promove benefícios como melhor biofeedback, treinamento na esteira com ajuste do centro de gravidade e manutenção da biomecânica do terapeuta no atendimento ao paciente. IMPACTOS: No tocante da experiência vivenciada, a construção da Eco-Órtese promoveu um olhar mais abrangente no que diz respeito ás questões de saúde e sustentabilidade, colaborando também para um perfil crítico e humanizado enquanto futuro profissional da saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A construção da órtese sustentável, objetivando o treino locomotor, promoveu benefícios tanto para o paciente que a utiliza, bem como ao terapeuta que o atende, despertando um olhar holístico no atendimento em saúde e o incentivo a novas estratégias que insiram o indivíduo na sociedade por meio de materiais de baixo custo.