ESTRATÉGIAS PARA ESTIMULAR HABILIDADES E COMPETÊNCIAS PARA O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO EM ESTUDANTES DE FISIOTERAPIA: UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA PARA SE INOVAR EM TECNOLOGIA ASSISTIVA

Autores

  • Fernanda da Rocha Medeiros UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UNB
  • Emerson Fachin-Martins UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UNB

Resumo

INTRODUÇÃO: Inovar em Tecnologia Assistiva (TA) pode parecer algo restrito aos cientistas qualificados, contudo o ato inventivo é talento inerente a qualquer ser humano. Partindo-se do pressuposto de que a inspiração para o ato criativo reside nas necessidades/problemas a serem solucionados, nos damos conta que as habilidades e competências dos fisioterapeutas, capazes de reconhecer a complexidade das relações observadas entre as estruturas e funções do corpo, na sua interação com a atividade e participação humana, influenciadas por fatores contextuais; seriam qualidades em potencial que representam fontes de inspiração para a criação de produtos assistivos. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Estimulamos a criação de ideias por meio da disciplina: PROCESSO DE INOVAÇÃO EM TECNOLOGIA ASSISTIVA. No teor da sua ementa, a disciplina inclui: estabelecer bases para compreender e iniciar o processo de inovação e desenvolvimento tecnológico, capacitar no ato criativo e busca de soluções inovadoras, identificar maturidade tecnológica de uma ideia, bem como modelar e planejar estratégias para atrair investimentos. A disciplina foi ofertada no 2º semestre de 2016, com vagas para 40 estudantes dos cursos de fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, enfermagem, farmácia, saúde coletiva, engenharias e desenho industrial. A diversidade de formações buscou estabelecer um ambiente para o conflito de ideias que, segundo Steven Johnson, cria um ambiente de cooperação entre ideias incompletas que se juntam para formar uma grande ideia. Três bancas examinadora foram organizadas ao longo do semestre, cada uma constituída para avaliar as ideias de inovação em etapas diferentes: (1) elaboração de modelo abstrato e conceitual para a banca de potenciais usuários do produto assitivo, (2) elaboração de modelo operacional para a banca de especialistas em prescrição de TA e (3) elaboração de plano de negócios envolvendo a TA para uma banca de empreendedores. IMPACTOS: Ao final do semestre os estudantes dos diferentes cursos foram introduzidos a um conjunto de procedimentos que conduziu o raciocínio e a criatividade em uma trajetória capaz de transformar necessidades/problemas em soluções tecnológicas. O passo-a-passo desencadeado em cada oficina de criação buscou respostas para quatro principais questionamentos sequenciados por meio de métodos e técnicas para prospectar e desenvolver produtos assistivos: Como as ideias surgem? Como modelar ideias? Como testar modelos? Como validar os modelos testados? Ao final, foram concebidos sete modelos operacionais de ideias com grande potencial de serem empregadas em planos de negócios rentáveis segundo a opinião da banca final, formada por empreendedores na área. Dentre os sete modelos idealizados, o modelo mais viável e maduro tecnologicamente foi prototipado e já se encontra disponível para testes junto aos usuários em potencial do produto assitivo em processo de registro de patente (ainda não divulgada). CONSIDERAÇÕES FINAIS: A disciplina relatada proporcionou ambiente colaborativo com estudantes de cursos de graduação, nos diferentes períodos da suas formações, proporcionando-lhes semanalmente encontros cuja finalidade foi colidir meias ideias das mentes de estudantes de fisioterapia com as de estudantes dos outros cursos de formações que, por meio de métodos e técnicas de consulta ao público e exploração científica mostrou-se bem sucedido para habilitar estudantes de fisioterapia ao ato inventivo.