RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM TERAPIA INTENSIVA NEONATAL E CONSTRUÇÃO DO PROJETO TERAPÊTICO SINGULAR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • Sabrinne Suelen Santos Sampaio UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Giuliana de Souza Sena UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Angelo Augusto Paula do Nascimento UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Valeska Fernades de Souza UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Catharinne Angélica Carvalho de Farias UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Erotides Tereza de Oliveira Damasceno Lucas UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Amanda de Melo Candido UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
  • Ruth Batista Bezerra UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Resumo

INTRODUÇÃO: O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é uma ferramenta de avaliação que envolve a participação de equipe multiprofissional para atender as demandas de saúde mais complexas. ƒ um conjunto de propostas de condutas terapêuticas para um sujeito individual ou coletivo, resultado da discussão de uma equipe interdisciplinar, com apoio matricial, se necessário. A residência multiprofissional em saúde visa a integração de diferentes profissões, objetivando a intervenção mais adequada para os indivíduos. Essa prática apresenta obstáculos para o seu desenvolvimento que inclui a dificuldade na dinâmica proposta pelo programa de residência, o qual se baseia no modelo hospitalocêntrico, na organização das equipes de referência que pode dificultar a troca de informações e a coordenação necessária para a definição de metas e prioridades das ações no PTS. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: O PTS foi desenvolvido na Unidade Básica de Saúde de Santarém, Zona Norte, Natal, Rio Grande do Norte como atividade integrante da disciplina prática em Atenção Básica da residência multiprofissional em Terapia Intensiva Neonatal (MEJC/UFRN). Inicialmente, foi realizado uma reunião com os agentes de saúde comunitário (ACS), para elencar as possíveis famílias com crianças que apresentavam vulnerabilidade familiar. Foram elencadas quatro casas, e aplicada a Escala de classificação de risco familiar de Coelho-Savassi. Dois domicílios apresentaram risco 3 e foram escolhidas para intervenção através de orientações, visitas semanais e a construção do PTS. Participaram da elaboração do PTS os fisioterapeutas residentes, preceptores de estágio, alunos de graduação em fisioterapia, ACS, médico e enfermeiro. Em um primeiro momento, foi discutido o caso trazido pela ACS. A primeira família era composta por um casal e três filhos, com idade de 8 anos e gêmeos de 2 meses. A filha mais velha apresentava sinais sugestivos de hiperatividade e déficit de atenção e nos gêmeos foram observados atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor esperado para a idade, principalmente, com déficit de controle cervical. O segundo domicílio era composto por um casal com dois filhos, 8 anos e 3 meses respectivamente. O lactente também apresentou atraso no desenvolvimento, no entanto, mais acentuado, também relacionado ao controle cervical. Realizamos visitas semanais nos dois domicílios e nossas condutas se basearam na facilitação de movimentos esperados para a idade bem como orientações para os familiares quanto os estímulos que deveriam fazer diariamente. As evoluções e encaminhamentos eram compartilhados com a equipe para tomada de decisões e encaminhamentos junto á comunidade e articulação com equipamentos sociais e recursos comunitários disponíveis. IMPACTOS: A experiência de viver ao mesmo tempo dois ambientes distintos de intervenção na saúde permite enxergar a importância do fortalecimento das assistências que visam promoção e proteção á saúde saindo de um modelo centrado na doença para um modelo que envolva todos os determinantes sociais que circundam a família dentro da comunidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A identificação dos determinantes sociais de saúde, assim como do grau de vulnerabilidade possibilitaram a intervenção e encaminhamentos necessários para a construção do PTS. O PTS potencializou a insterdisciplinaridade, possibilitando obter soluções executáveis dentro do contexto familiar e enriquecer o processo de formação na residência multiprofissional.