EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS DO EFEITO DA PRESSÃO POSITIVA NÃO INVASIVA EM SUJEITOS SUBMETIDOS A CIRURGIA DE TÓRAX: REVISÃO SISTEMÁTICA

Autores

  • Elinaldo da Conceição dos SANTOS Universidade Federal do Amapá – UNIFAP, Macapá, Amapá e Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, São Paulo.
  • Juliana de Souza da SILVA Universidade Federal do Amapá – UNIFAP, Macapá, Amapá.
  • Renan Lima MONTEIRO Universidade Federal do Amapá – UNIFAP, Macapá, Amapá.
  • Adriana LUNARDI Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, São Paulo e Universidade de São Paulo, São Paulo, São Paulo.

Palavras-chave:

Revisão Sistemática, Ventilação Não Invasiva, Cirurgia Torácica.

Resumo

Introdução: O cuidado com pacientes submetidos a procedimentos torácicos é de alta complexidade. As complicações no pós operatório como pneumonia, atelectasias e insuficiência respiratória aumentam o tempo de hospitalização e mortalidade. Estratégias como ventilação com pressão positiva não invasiva (VPPNI) vem sendo investigada como forma de tratar e prevenir complicações. Objetivo: Buscar a melhor evidência científica para o tratamento com VPPNI em pacientes submetidos a procedimento torácico. Metodologia: Revisão sistemática. Critérios de seleção: ensaios randomizados ou quase-randomizados, participantes com idade igual ou superior a 18 anos, submetidos a procedimentos cirúrgicos invasivos no tórax, intervenções com pressão positiva não invasiva comparadas à controle sem intervenção, com terapia sham, ou VPPNI. Desfechos avaliados: função pulmonar, saturação periférica de oxigênio (SpO2), tempo de internação hospitalar, necessidade de intubação, taxa de mortalidade, efeitos adversos e taxa de complicação pulmonar. Realizado avaliação de qualidade dos estudos. Foram excluídos estudos com animais e duplicatas. A busca não foi limitada para tempo, idioma e status da publicação. A seleção foi feita por 2 examinadores que analisaram título, resumo e texto completo. Um 3º examinador tomou decisão final nos casos de inconsistência na decisão. Estatística: análise descritiva. Resultados: Dos 5235 artigos identificados, 26 foram incluídos, publicados entre 1993 e 2015. O nível de pressão positiva usada nos estudos variou de 2 cmH2O a 30 cmH2, o tempo de aplicação variou de 2 minutos a 24 horas. O volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) variou de 30% a 71%, a capacidade vital forçada (CVF) de 39% a 71%, capacidade vital (CV) variou entre 1080 ml e 2200 ml, e volume corrente (VC) entre 260 ml e 600 ml. A SpO2 variou de 91.4% a 98.5%, o tempo de internação hospitalar de 7 a 19 dias, necessidade de intubação variou de 0% a 50%, mortalidade variou entre 12,5% e 37.5%, efeitos adversos entre 0% e 25%, e taxa de complicação pulmonar entre 0% e 21%. Os estudos foram considerados de baixa qualidade. Conclusão: Pressão positiva não invasiva em pacientes submetidos a cirurgias torácicas não melhora função pulmonar, porém, auxilia na oxigenação, reduz tempo de internação, necessidade de intubação, diminui taxa de mortalidade e complicações pulmonares pós operatórias.