ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NAS DISFUNÇÕES SEXUAIS FEMININAS: UMA REVISÃO NARRATIVA DA LITERATURA
Palavras-chave:
Fisioterapia, disfunções sexuais fisiológicas, qualidade de vida.Resumo
Introdução: As disfunções sexuais femininas (DSFs) consistem em qualquer desarranjo relacionado ao desejo sexual, excitabilidade, orgasmo e/ou dor sexual (dispareunia e vaginismo) que acomete a mulher. Estima-se que podem afetar até 67,9% das mulheres no mundo. No Brasil, a prevalência nesta população é de aproximadamente 30%. A Organização Mundial de Saúde considera as DSFs como um problema de saúde pública, uma vez que além de possuírem alta prevalência, podem afetar a qualidade de vida das pessoas acometidas e de seus parceiros. Poucas são as opções de tratamento reportadas na literatura. A fisioterapia tem sido apontada como uma alternativa para reduzir o impacto na qualidade de vida da população acometida. Objetivo: Revisar na literatura as diferentes técnicas de fisioterapia que podem ser utilizadas no tratamento das DSFs. Metodologia: Realizou-se uma busca nas bases de dados Pubmed, PEDro e Scielo por artigos publicados até agosto de 2017, com a combinação entre os descritores: “fisioterapia” e “disfunções sexuais fisiológicas”. Foram excluídos: cartas ao editor, artigos históricos, editoriais, comentários, apresentações de pôster e orais e estudos em modelos artificiais. Resultados: Verificou-se que diversos recursos fisioterapêuticos são propostos para o tratamento das DSFs: cinesioterapia (treinamento muscular do assoalho pélvico e exercícios de Kegel), uso de cones vaginais, biofeedback, eletroterapia, terapia manual e orientações comportamentais. Diferenças consideráveis nos protocolos de tratamento foram encontradas, principalmente relacionados à magnitude das resistências aplicadas, às durações do tempo de contração e de repouso e às orientações sobre o posicionamento e respiração. Conclusão: Os estudos encontrados mostram que a fisioterapia pode ser uma opção viável na terapêutica das DSFs, uma vez que em sua maioria demonstram melhora na função sexual após intervenção fisioterapêutica. O treinamento muscular do assoalho pélvico parece ser um recurso promissor, devido à sua fácil aplicação e baixo custo. No entanto, a qualidade metodológica dos artigos não foi avaliada. Novos estudos são necessários para identificar a melhor dosagem, o protocolo a ser seguido, a duração destas terapias, a segurança e efetividade em curto e longo prazo.Edição
Seção
Eixo III: Saúde da Mulher
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