RECURSOS FISIOTERAPÊUTICOS PARA DISFUNÇÃO DO OMBRO EM PACIENTES COM CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO: REVISÃO SISTEMÁTICA

Autores

  • Kleicyane Aguiar Meireles ALMEIDA Universidade Federal do Amapá, Macapá, Amapá.
  • Ana Carolina Pereira Nunes PINTO Universidade Federal do Amapá, Macapá, Amapá e Universidade Federal de São Paulo, São Paulo - SP.

Palavras-chave:

Neoplasias de cabeça e pescoço, fisioterapia, reabilitação.

Resumo

Introdução: A disfunção do ombro (DO) pode ocorrer após dissecção do pescoço no tratamento de câncer de cabeça e pescoço (CCP). Suas consequências são: fraqueza, dor, amplitude de movimento (ADM) restrita e desalinhamento do ombro. Objetivo: Avaliar a efetividade e segurança de recursos fisioterapêuticos para o tratamento ou prevenção da DO em pacientes com CCP cirurgicamente tratados. Materiais e Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática, incluindo somente ensaios clínicos randomizados publicados em qualquer língua até junho de 2017, que avaliassem recursos que podem ser utilizados por fisioterapeutas no tratamento ou prevenção da DO. Uma busca foi realizada nas bases de dados: PubMed, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Lilacs, PEDro e Scielo, com os descritores DeCS/MeSH: Neck dissection; head and neck neoplasm; physical therapy modalities; exercise; rehabilitation e sinônimos, além de outras fontes para identificação de estudos publicados e não publicados. A busca, seleção dos estudos, extração de dados e avaliação crítica dos artigos incluídos foram feitas por 2 autores de modo independente. A avaliação do risco de viés dos estudos incluídos foi realizada por meio da ferramenta Risk of Bias da colaboração Cochrane. Resultados: Foram encontrados 367 estudos. Após a exclusão dos artigos duplicados ou que não se enquadravam nos critérios estabelecidos, restaram 7. 4 estudos avaliaram o treinamento resistido (TR), observando melhora na ADM para rotação externa e abdução, dor, disfunção, força muscular e resistência. 1 caso de dor escapular aumentada foi relatado. 2 estudos avaliaram a acupuntura e identificaram melhora da dor e do comprometimento funcional do ombro. Foram observados pequenos eventos como: hematomas, sangramentos devidos ao posicionamento da agulha e dor temporária aumentada. O único estudo que avaliou a fisioterapia preventiva (FP) para a disfunção não identificou melhora funcional e nenhum efeito adverso 1 ano após a cirurgia. Conclusão: O TR é efetivo para melhora na ADM, dor, disfunção, força muscular e resistência. A acupuntura pode melhorar a dor e função do ombro. Não há evidências para a recomendação da FP. O TR, a acupuntura e a FP parecem ser seguros, com apenas 1 evento adverso sério relatado com o uso do TR. Novos estudos são necessários, com um maior número de pacientes e maior tempo de acompanhamento para identificar os efeitos a longo prazo dos recursos na DO em pacientes com CCP.