MÚSICA E HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR: AS POSSIBILIDADES DA MÚSICA E A CONSTRUÇÃO DE NARRATIVAS DE VIDA

Autores

  • Letícia Alves da Silva UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO; SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE SANTOS
  • Conrado Augusto Gandara Federici UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO; SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE SANTOS
  • Rinaldo Junior UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO; SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE SANTOS
  • Vinicius Duarte UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO; SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE SANTOS

Resumo

INTRODUÇÃO: A música e sua apreciação por grande parte da população já é conhecida. No entanto, no âmbito das ciências da saúde ainda não é tão difundida e nem do conhecimento de muitos. Ainda assim, tem estabelecido sua marca nesta área. No presente trabalho a música, associada à construção de narrativas de vida, faz-se como um recurso no processo de cuidado e humanização no ambiente hospitalar e não como uma terapia propriamente dita. A atuação apoia-se no reconhecimento da importância de levar em conta a integralidade, incluindo aspectos da história e subjetividade dos pacientes. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: As atividades ocorrem por meio de encontros de uma dupla de estudantes com pacientes internados, e acontecem duas vezes na semana e têm duração aproximada de 30 minutos de acordo com o paciente. Utilizamos como recursos instrumentos musicais (violão, escaleta, flauta, instrumentos artesanais) e canto para reproduzir músicas marcantes da vida do paciente, além da permanente escuta atenta e sensível. À posteriori, ocorre a construção de narrativas de vida a partir das músicas selecionadas pelo paciente no decorrer dos encontros. No encontro inicial verificamos o interesse do paciente em participar e, em caso positivo, iniciamos a aproximação e o levantamento das músicas que virão a ser tocadas no(s) encontro(s) seguinte(s). O planejado é que a cada encontro uma música seja tocada e outra sugerida para o próximo encontro. Diante das intervenções verificamos que muitas vezes isso realmente acontece. Mas as vezes é necessário adaptação das intervenções de acordo com a necessidade dos pacientes. O número de intervenções/encontros por paciente não tem caráter rígido. Desta forma, a quantidade de encontros varia e depender do envolvimento e da permanência do paciente no hospital. IMPACTOS: As atividades vivenciadas nos põem a frente de uma intensa rede de emoções. Com isso somos despertados a muitas realidades e instigados por frequentes reflexões, como por exemplo a cerca da morte. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Contudo é perceptível que a criação de vínculos associada ao trabalho desenvolvido com a utilização da música e da escuta qualificada tem propiciado certo impacto a todas as pessoas que vivem o cotidiano desta enfermaria, sejam pacientes, seus acompanhantes, a equipe de serviço, até nós mesmos. Os encontros têm despertado sensações as mais variadas possíveis, a depender do grau de significância da música para cada paciente, demonstrando o sentido e o valor da mesma, possibilitando diálogo e melhora do instante presente, provisório ou não, da condição de internação. É também frequente a maior interação entre os pacientes de um mesmo quarto após os encontros e também uma boa expectativa pelos encontros vindouros por parte dos mesmos.