ANÁLISE DAS PRESSÕES INTRACUFF EM PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA CARDÍACA

Autores

  • Vanessa Gonçaves Silveira CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO DE VITÓRIA-UCV
  • Adriana Lários Nóbrega Gadioli CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO DE VITÓRIA-UCV
  • Jéssica Moreira Dias CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO DE VITÓRIA-UCV
  • Danieli Santos Figueiredo CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO DE VITÓRIA-UCV

Resumo

Introdução: Os pacientes submetidos a cirurgias de grande porte, comumente são anestesiados com sedativos que deprimem o centro respiratório, por isto estes pacientes fazem uso de ventilação mecânica, que é permitida por meio de próteses traqueais. Estas possuem na sua extremidade distal um balonete, denominado cuff, com função de selar a via aérea a fim de permitir a manutenção da pressão positiva dentro dos pulmões e evitar a aspiração de fluidos. Recomenda-se que a pressão empregada ao balonete respeite as recomendações, pois a alta pressão resulta em isquemia traqueal que pode culminar em malácias, estenoses ou fístulas traqueoesofágicas. Em contrapartida, a baixa pressão pode promover o escape de ar propiciando uma ventilação inadequada e o desenvolvimento de pneumonia nosocomial. Preconiza-se o uso do cufômetro, para a mensuração e manutenção da pressão intracuff empregada, pois este instrumento permite identificar e regular a pressão evitando as complicações decorrentes da alta ou baixa pressão. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar os valores de pressão intracuff de pacientes admitidos na UTI de um Hospital na cidade de Vila Velha (ES) submetidos à cirurgia cardíaca e correlacionar com os valores médios apontados pela literatura. Metodologia: Foram verificadas as pressões intracuff de 35 pacientes provenientes do centro cirúrgico, submetidos à cirurgia cardíaca no mês de outubro de 2012. Estes dados foram analisados e correlacionados com os valores recomendados pela literatura e com os dados obtidos no questionário aplicado a equipe médica responsável pela intubação dos pacientes da pesquisa. Para análise dos dados foi utilizada a planilha eletrônica do Microsoft Excel 2010. As variáveis foram apresentadas de forma descritiva por meio de percentagem, e organizadas em gráficos e tabelas. Resultados: Ao verificar as pressões intracuff, foram identificadas pressões que variaram de 14 a 120 cmH20 (média de 66,7 ± 32,4), sendo que, 5,2% estavam abaixo de 20 cmH20, 78,28% acima de 34 cmH20 e somente 20% estavam dentro dos valores recomendados (20 a 34 cmH20). Os profissionais entrevistados detém conhecimento sobre as repercussões da alta e baixa pressão do balonete, no entanto, não há cuidadosa atenção ao procedimento de insuflação e mensuração das pressões empregadas. Conclusão: As altas pressões encontradas nesta pesquisa são consequência da utilização de seringas como instrumento de insuflação sem técnica específica e emprego de método que não é capaz de mensurar com fidelidade a pressão empregada, como a palpação digital do balonete externo.