AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE E NÍVEL COGNITIVO DE IDOSOS RESIDENTES EM UMA COMUNIDADE DE VITÓRIA-ES

Autores

  • Isabelle Gadiolli Verzola ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA - EMESCAM
  • Alessandra Miranda Ferres ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA - EMESCAM
  • Luciana Carrupt Machado Sogame ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA - EMESCAM
  • Gracielle Pampolim ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA - EMESCAM

Resumo

Introdução: As funções cognitivas consistem no raciocínio, compressão, percepção, lembrança, reconhecimento e resposta à estímulos, bem como, resolução de problemas e convivência social. No idoso, é sabido que a cognição interfere consideravelmente na condição geral de saúde, que por sua vez, é comumente avaliada através da autopercepção de saúde do idoso. Ambas as avaliações são essenciais para que os profissionais de saúde possam embasar o planejamento de intervenções para este extrato populacional. Objetivo: Identificar o perfil sócio demográfico, o nível cognitivo e a autopercepção de saúde de idosos assistidos por uma Unidade de Saúde da Família de Vitória-ES. Metodologia: Procedeu-se um estudo quantitativo do tipo transversal com idosos de uma Unidade de Saúde da Família de Vitória. Foi selecionada uma amostra probabilística aleatória composta por 140 idosos que foram submetidos a entrevista semiestruturada e avaliações de saúde, entre abril e junho 2018. Foram coletadas variáveis para caracterização do perfil (sexo, idade, raça, escolaridade, situação conjugal e ocupação, se mora sozinho, se tem apoio, se sai de casa sozinho, e morbidades); a cognição foi avaliada através do Mini Exame do Estado Mental, que classificou os idosos em dois grupos: com comprometimento cognitivo e sem comprometimento cognitivo, os pontos de corte utilizados para esta divisão seguiu a classificação proposta por Brucki e colaboradores em 2013, de acordo com os anos de estudo do idoso; e a auto percepção de saúde foi avaliada através do questionamento Como o sr.(a) classificaria sua saúde?", que segregou os idosos em dois grupos: aqueles que classificaram sua saúde como ótima, boa ou razoável e aqueles que classificaram como ruim ou péssima. A análise dos dados deu-se de forma descritiva com medidas de resumo de dados como frequências, médias e desvio padrão." Resultados: Dos idosos entrevistados a maioria eram mulheres, entre 60 a 70 anos, que se auto referiram pardos, casados, aposentados, de baixa escolaridade, com em média 2 morbidades, que saem de casa sozinhos e possuem apoio em caso de necessidade. Quanto a autopercepção de saúde, 88% apresentaram uma visão positiva de saúde (ótima, boa, razoável), e 65% dos idosos avaliados apresentaram comprometimento cognitivo. Dentre os idosos com comprometimento cognitivo, 90% relataram uma autopercepção de saúde positiva. Conclusão: Averiguamos que a maior parte da população estudada apresenta baixa escolaridade, possuindo um maior risco para declínio cognitivo, o que também foi identificado na amostra estudada. E quanto a classificação da autopercepção de saúde, foi encontrado de forma mais predominante uma avaliação positiva. Estes dados propõem a necessidade de assistência aos idosos com foco em seus níveis cognitivos, que quando alterados podem gerar autopercepções de saúde equivocadas e que não condizem com a verdadeira realidade. Isto ocorre, pois, a cognição abrange diversas áreas que quando prejudicadas levam os idosos a terem pensamentos positivos sobre sua saúde, mesmo quando distúrbios mentais ou físicas se encontram presentes. Compreendendo que, este indivíduo possui baixa competência para analisar sua saúde, é necessário que este tema seja discutido e levado em consideração nas intervenções relacionada à pessoa idosa.