CARACTERIZAÇÃO DOS ASPECTOS SOCIODEMOGRAFICOS DAS FAMILIAS COM CRIANÇAS COM MICROCEFALIA POR ZIKA VIRUS NA REGIÃO DA GRANDE NATAL
Resumo
Introdução: O Zika Vírus (ZIKV) é um arbovírus pertencente ao gênero Flavivirus (família Flaviviridae) e foi identificado pela primeira vez em 1947 em Uganda. O ZIKV transformou-se em um grave problema de saúde global devido à disseminação rápida do vírus e sua severidade, que pode ocasionar complicações congênitas, microcefalia e síndrome de Guillain-Barré. A microcefalia é uma patologia caracterizada por uma malformação congênita em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. A rápida expansão na transmissão do ZIKV no Brasil tornou-se um enorme desafio de saúde pública, não só para o país, como para toda a América. No Rio Grande do Norte, no período de 2015 a 2017 foram registrados 147 casos confirmados de bebês nascidos com microcefalia por ZIKV, 83 desses casos se concentraram na Região da Grande Natal que é composto por 14 Municípios. Os Determinantes Sociais da Saúde são as condições sociais que os indivíduos vivenciam, composto pelos aspectos econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam diretamente na saúde da população. A epidemia causada pelo ZIKV, propagada pelo mosquito Aedes aegypti, pode estar diretamente ligada a esses determinantes, pelas modificações nesses determinantes. Objetivo: Este estudo teve como objetivo caracterizar os aspectos sociodemográficos das famílias de crianças com microcefalia por ZIKV, residentes na região da grande Natal. Metodologia: Trata-se de um estudo quanti qualitativo, com crianças diagnosticadas com microcefalia por Zika vírus, atendidas no PROEESP. Foram entrevistadas as mães destas crianças, por meio de um questionário semiestruturado, com perguntas abertas e fechadas acerca dos aspectos sociodemográficos e sobre os cuidados da genitora durante o período gestacional, das famílias com crianças com microcefalia por ZIKV residentes na região da grande Natal. Resultados: Os resultados demonstram que 76,5% das crianças estavam na faixa etária entre 2 e 3 anos e tiveram seu diagnóstico com maior frequência no período pré-natal. Um percentual de 94,1% das famílias investigadas, viviam em situação de desemprego, 58,8% com salário mínimo proveniente do BPC, 52,9% possui o ensino médio completo, 58,8% são solteiras e 41,7% residem em casas alugadas e com boas condições sanitárias. Conclusão: No que se refere às características sociodemográficas das famílias, foi possível concluir que a maior parte das mães participantes da pesquisa, tem estado civil reconhecido como solteiras e/ou separadas, possuem baixo nível econômico, moram em casas alugadas e com boas condições sanitárias e são responsáveis pelo cuidado integral de seus filhos, fazendo com que as atividades pessoais, profissionais e educacionais sejam postas em segundo plano. Durante o período gestacional, uma maior porcentagem realizou os cuidados necessários, bem como a realização do pré-natal de forma adequada. Ressaltamos a importância da realização de novos estudos sobre essa temática, haja vista a carências de materiais científicos sobre a relação do vírus zika, condições sociodemográficas e redes de assistência.Edição
Seção
Trabalhos de Pesquisa - Eixo I Atenção Integral à Saúde
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