FISIOTERAPIA NA ATENÇÃO BÁSICA: PERFIL DOS PROFISSIONAIS E CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE TRABALHO

Autores

  • Cíntia Raquel Bim UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE-UNICENTRO; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA-UEL
  • Alberto Durán González UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE-UNICENTRO; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA-UEL

Resumo

Introdução: A atuação do fisioterapeuta na atenção básica é um processo em construção. A criação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) em 2008, hoje Núcleo Ampliado, impulsionou a inserção desses profissionais nas unidades básicas de saúde (UBS), contudo, ainda existem alguns desafios a serem superados, para que a fisioterapia consiga consolidar suas práticas profissionais, com enfoque na promoção e prevenção em saúde. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi identificar o perfil profissional de fisioterapeutas que atuam na atenção básica de saúde no município de Londrina-Paraná, e conhecer características do processo de trabalho dos mesmos. Metodologia: Este recorte faz parte de uma pesquisa maior sobre a atuação do fisioterapeuta na atenção básica no município de Londrina-PR. Foi realizada na primeira etapa aplicação de um questionário para traçar o perfil dos 32 profissionais em atuação nas unidades básicas de saúde. Na segunda etapa foram realizadas entrevistas semiestruturadas, com 19 fisioterapeutas selecionados por conveniência, e para este estudo foram consideradas apenas as questões sobre rotina de trabalho. A coleta de dados ocorreu entre julho e setembro de 2017. Os resultados são apresentados de maneira quantitativa, descritiva. O projeto foi aprovado pelo Comitê de ética em pesquisa com seres humanos da Universidade Estadual de Londrina. Resultados: A média de idade dos 32 fisioterapeutas que atuam em UBS é de 36,25 (±6,84) anos. O tempo de formação teve média de 13,25 (±5,60) anos, e 78% deles são oriundos de instituições públicas de ensino superior. Todos os entrevistados possuíam algum tipo de especialização, sendo 25% na modalidade residência, 31,3% são mestres, e 15,6% são doutores ou estão em processo de doutoramento. O tempo de atuação na atenção básica variou de 3 a 20 anos, com média de 6,8 (±4,9) anos. Metade dos participantes trabalham de forma fixa em uma única unidade, e os demais trabalham em sistema de rodízio. A rotina de trabalho de todos envolve atividades em grupo, visitas domiciliares e atendimento individual. Conclusão: Os fisioterapeutas que atuam na atenção básica no município de Londrina são adultos jovens, maioria no início e meio de carreira, tempo médio de atuação de 6,8 anos, com títulos de especialista, mestre e/ou doutor. Ser fixo na unidade básica facilita o processo de trabalho, e segundo os entrevistados, a maneira como está organizado o serviço de fisioterapia do município dificulta a realização e expansão das ações de promoção em saúde.