INFLUÊNCIA DA FORÇA MUSCULAR DE MEMBRO SUPERIOR NA FUNÇÃO PULMONAR E FORÇA DA MUSCULATURA RESPIRATÓRIA DE INDIVÍDUOS COM LESÃO MEDULAR QUE PRATICAM RUGBY EM CADEIRAS DE RODAS
Resumo
Introdução: A lesão medular promove inúmeras sequelas no sistema respiratório refletindo na função pulmonar e força muscular respiratória. Desse modo a prática de rugby em cadeira de rodas tem se mostrado benéfica para amenizar tais prejuízos através do treinamento cardiorrespiratório e força muscular de membros superiores. Objetivo: Avaliar a influência da força muscular de membro superior na função pulmonar e força muscular respiratória de indivíduos com lesão medular que praticam Rugby em cadeira de rodas. Metodologia: O presente estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (CEP) da EMESCAM, cadastrado com o número 70142517.1.0000.5065. Trata-se de um estudo de série de casos com coleta de dados transversal. Foram incluídos na pesquisa indivíduos com diagnóstico confirmado de lesão medular incompleta com nível acima de C8, com tempo mínimo de prática esportiva de 4 meses e que aceitaram assinar o termo de consentimento livre e esclarecido, sendo excluídos os indivíduos submetidos à intervenção cirúrgica, internação ou intercorrência cardiorrespiratória nos últimos 3 meses ou durante o período da pesquisa, tabagistas e indivíduos com doença pulmonar associada e/ou traqueostomizados. A amostra foi composta por conveniência através do time de Rugby em cadeira de rodas do estado do Espirito Santo, no qual 11 indivíduos aceitaram a participar deste estudo, conforme os critérios de inclusão e exclusão. Dessa forma, os dados foram coletados no laboratório de força e condicionamento físico da Universidade Federal do espirito Santo. Foram avaliados a função pulmonar e força muscular respiratória através da espirometria e manovacuometria, respectivamente. Ainda foi realizada a avaliação da força muscular de membro superior através do dinamômetro isocinético. Foi realizada a analise descritiva dos dados do perfil sociodemográfico e clínico, e dos dados do isocinético. Para comparar as variáveis respiratórias pareadas foi realizado o teste não paramétrico Wilcoxon, adotando p<0,05 e intervalo de confiança de 95%. Resultados: A amostra foi composta por indivíduos do sexo masculino, com idade média de 33,09 anos e tempo de prática de esporte adaptado muito inferior ao tempo de cadeira de rodas. Foi verificado que as variáveis Capacidade Vital Forçada (CVF), Volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), Pressão inspiratória máxima (PiMax) e Pressão Expiratória Máxima (Pemáx) foram inferiores aos valores preditos com diferença estatisticamente significante, e ainda a relação VEF1/CVF encontrou-se aumentada. Quanto a avaliação isocinética observou-se que as melhores médias de Pico de Torque e Trabalho Total (variáveis isocinéticas) foram referentes à articulação de ombro numa velocidade de 240 graus/segundo. E as melhores médias das variáveis isocinéticas estavam relacionadas aos melhores valores da PiMax, não sendo observado relação com CVF e VEF1. Conclusão: Embora os valores espirométricos não demonstraram relação com os valores isocinéticos, viu-se que a força muscular de membro superior exerce influência positiva na força muscular inspiratória (PiMax), o que favorece a mecânica respiratória. Portanto, espera-se com este estudo que o esporte adaptado associado ao fortalecimento de membro superior seja parte inclusiva no processo de reabilitação para essa população, atuando na melhora do desempenho esportivo e prevenindo distúrbios pulmonares.Edição
Seção
Trabalhos de Pesquisa - Eixo I Atenção Integral à Saúde
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