O OLHAR DA FISIOTERAPIA PARA O CUIDADO EM SAÚDE MENTAL: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E CLÍNICO FUNCIONAL

Autores

  • Maria das Dores de Oliveira CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE UNI-RN
  • Angelo Augusto Paula Nascimento CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE UNI-RN
  • Francisca Rêgo Oliveira de Araújo CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE UNI-RN
  • Patricia dos Santos Batista CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE UNI-RN

Resumo

Introdução: A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece que a concepção de saúde mental, além de outros aspectos, envolve o bem-estar subjetivo, a autonomia, a autorrealização intelectual e mental da pessoa, ou seja, significa mais que a ausência de transtornos mentais. A doença mental consiste, de forma empírica, num desequilíbrio psíquico que pode manifestar-se através de diversos sintomas, dificultando o desenvolvimento da vida habitual da pessoa, tanto por fatores psíquicos quanto pela ação prolongada de medicamentos psicotrópicos, que podem resultar em alterações funcionais, limitações e incapacidade. Está entre as 10 condições que mais causam incapacidade física. A Política de Saúde mental no Brasil está em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e com a extinção dos manicômios, criação de recursos assistenciais substitutivos e a internação compulsória, garantindo que as pessoas com transtorno mental recebam um tratamento mais humanizado, efetivo e eficaz, sugerindo que a atenção em saúde mental aconteça na perspectiva da integralidade do cuidado, perpassando pela garantia de direito a uma assistência singular/subjetiva às necessidades apresentadas, interprofissional, holística e com a oportunidade de poder reconhecer o fazer fisioterapêutico em saúde mental para além das limitações da funcionalidade humana. Objetivo: Traçar o perfil sociodemográfico de pessoas com transtornos mentais em situação de internação hospitalar, no município de Natal-RN e delinear o perfil da condição clínica e diagnóstica dessas pessoas; suas queixas, percepções e disfunções musculoesqueléticas. Visando ainda servir de consulta para outras pesquisas futuras, com a intenção de oportunizar mais conhecimentos nessa área para os profissionais fisioterapeutas e contribuir com discussões e possíveis abordagens da Fisioterapia na Saúde Mental. Metodologia: Estudo de caracterização transversal, descritivo exploratório, com abordagem quantitativa. A pesquisa contou com 45 participantes, internados, em hospitais psiquiátricos no município de Natal/RN. Os dados foram levantados utilizando-se um questionário, contendo informações sociodemográficas, associado ao instrumento validado para medir qualidade de vida (SF-36). Foram formatados e editados nos softwares Excel (versão 2016) e Rx64 versão 3.5.0, tabulados, analisados e apresentados através de tabelas. Utilizou-se os testes de Shapiro Wilk, para testar a hipótese de normalidade dos dados e Wilcoxon-Mann-Whitney para médias de respostas, desvio padrão e o p-valor obtido, considerando o nível de significância de 5%. Resultados: A pesquisa contou com 45 participantes, com idade média de 46 anos, sendo o gênero feminino predominante e ainda é o mais vulnerável a desenvolver algum tipo de transtorno mental. Nesse estudo a etnia parda teve maior incidência. Com relação a renda/emprego verificou-se que a maioria dos pacientes estão desempregados, não possuem renda, a maioria não alfabetizados e solteiros. Todos apresentaram alguma limitação física e a qualidade de vida estava prejudicada, sendo a limitação por aspectos físicos o mais comprometido em todos os participantes. Conclusão: Ao final concluiu-se que o perfil sócio demográfico e clinico funcional dos pacientes com transtorno mental em situação de internação revelam necessidades de cuidado para os limites físicos, sociais e emocionais, em que as mulheres pardas, com baixa escolaridade e renda são as mais vulneráveis. Palavras chave: Fisioterapia, Cuidado Integral, Saúde Mental.