TRATAMENTO CONSERVADOR ANTES DE INDICAÇÃO CIRÚRGICA EM PACIENTES ATENDIDOS EM HOSPITAL DA GRANDE VITÓRIA

Autores

  • Pâmela Reis Vidal ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRIDA DE VITÓRIA-EMESCAM
  • Gracielle Pampolim ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRIDA DE VITÓRIA-EMESCAM
  • Pitiguara Coelho ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRIDA DE VITÓRIA-EMESCAM

Resumo

Introdução: De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, são estimados aproximadamente 27 milhões de brasileiros com doença crônica de coluna no Brasil, sendo uma das doenças mais prevalentes no país, no mundo e um dos principais motivos de incapacidade e afastamento do trabalho, gerando altos custos ao sistema de saúde e previdência do país, além de afetar diretamente a qualidade de vida do grupo acometido. Uma forma de reduzir custos elevados com tratamentos longos, sem eficácia, que levam a tratamentos cirúrgicos que poderiam ter sido evitados, é basear a prática clínica em evidências, minimizando riscos de prejuízos ao paciente e ao sistema de saúde. Os fisioterapeutas brasileiros não estão utilizando as melhores evidências disponíveis em sua tomada de decisão clínica, uma realidade que precisa ser modificada, para que estes pacientes tenham acesso a uma melhor abordagem, com mais perspectiva de melhora do quadro e a fisioterapia seja reconhecida pela efetividade dos tratamentos, cumprindo o papel de levar qualidade de vida aos indivíduos atendidos e manter uma imagem de confiança perante a sociedade. Objetivo: Identificar se os pacientes foram submetidos à tratamento fisioterapêutico antes da intervenção cirúrgica pelo tempo mínimo preconizado de 3 meses e as abordagens fisioterapêuticas utilizadas. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, com uma amostra de 32 pacientes com idade entre 18 e 60 anos. Estes foram avaliados através de formulário próprio para identificar de forma subjetiva as terapias realizadas durante o tratamento. Após a aprovação do comitê de ética e assinatura do TCLE, os participantes foram entrevistados de forma a coletar dados socioeconômicos, sociodemográficos e clínicos, para identificar a realização de fisioterapia antes do processo cirúrgico e quais técnicas realizadas. Durante a entrevista, os pacientes foram esclarecidos sobre como técnica era realizada, para que os mesmos conseguissem identificá-las quando perguntadas. E em seguida responderam aos questionário de Incapacidade Roland-Morris- RMDQ e a Escala Visual Analógica- EVA. Resultados: Todos os participantes incluídos na amostra realizaram tratamento conservador, em sua maioria no serviço de saúde pública (n=28), mas apesar de acesso ao serviço e tempo superior a 3 meses de tratamento em 62,5% dos casos, boa parte não relatou alívio dos sintomas. Um número muito alarmante de pacientes não realizou pelo menos uma técnica de evidência e recomendação científica para as patologias abordadas. Conclusão: Após análise dos dados a partir da amostra obtida, concluímos que a fisioterapia foi empregada de forma aleatória, não metodológica, sem prática baseada em evidência na maior parte da amostragem, uma vez relatado pelos pacientes que não houve atenção individual na maioria dos casos, necessária esta para avaliação e diagnóstico cinético-funcional, fundamental para bom prognóstico; o que repercute de forma amplamente negativa na população que depende do serviço prestado, refletindo na incapacidade de melhora dos indivíduos, prejuízos socioeconômicos e psicossociais, além de alto custo para a fonte pagadora final. Acreditamos que muitos destes indivíduos poderiam ter um curso da doença diferente, visto que a maioria não realizou tratamento conservador baseado em evidência.