A PERSPECTIVA DISCENTE SOBRE A FORMAÇÃO EM FISIOTERAPIA PARA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE

Autores

  • Renata Newman Leite dos Santos Lucena UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB
  • Eleazar Marinho de Freitas Lucena UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB
  • Kátia Suely Queiroz Silva Ribeiro UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB
  • João Agnaldo do Nascimento UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB

Resumo

Introdução: O trabalho na atenção básica orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social. Todavia, não há muitos indícios de que o processo de formação em fisioterapia possibilite vivência e reflexão teórica acerca desses princípios. Objetivo: Este artigo objetiva compreender a percepção dos discentes dos cursos de fisioterapia em um Estado do nordeste brasileiro acerca da formação para a atenção básica (AB). Metodologia: Trata-se de um estudo transversal com abordagem qualitativa. Participaram do estudo estudantes matriculados no último ano dos cursos de fisioterapia. A coleta de dados se deu por meio de entrevistas semi-estruturadas e a análise foi realizada no software Analyse Lexicale par Contexte d`un Ensemble de Segments de Texte (ALCESTE), versão 2015. Resultados: Esta pesquisa contou com a participação de 36 discentes matriculados no último ano do curso de fisioterapia, os quais representaram nove Instituições de Ensino Superior (IES) que aceitaram participar do estudo, sendo sete públicas e duas privadas. A análise resultou em cinco classes, a saber: Classe 1 - Aptidão para o trabalho na AB; Classe 2 - Processo de trabalho na AB; Classe 3- Vivências práticas na AB; Classe 4- Avaliação da formação para a proposta do NASF; e Classe 5- Dificuldades durante a experiência na AB. Os discentes valorizam as vivências realizadas na AB durante a formação, entretanto reconhecem o foco nas ações de reabilitação. As oportunidades de atuação na AB ocorreram de forma tardia e pontual durante o curso, acarretando certa limitação teórica devido ao pouco tempo de atuação neste nível de atenção. Os currículos privilegiam experiências na atenção especializada e hospitalar. Nas atividades práticas realizadas na AB foram identificados aspectos falhos quanto a integração ensino-serviço, na qual discentes e profissionais não trabalham conjuntamente na perspectiva da atuação interprofissional. Conclusão: Foi possível observar que, na percepção discente, há limitações quanto à formação em fisioterapia para a atenção básica à saúde no seu componente teórico, como também no componente prático, resultando em uma compreensão limitada quanto aos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF). Sugere-se maior engajamento dos atores envolvidos no ensino em Fisioterapia na elaboração de estratégias curriculares que enfatizem experiências pedagógicas no primeiro nível de atenção à saúde, aproximando a prática dos fundamentos e diretrizes da atenção básica e do NASF.