CARACTERÍSTICAS PROFISSIOGRÁFICAS, CONHECIMENTO E USO DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E SAÚDE (CIF) POR FISIOTERAPEUTAS E TERAPEUTAS OCUPACIONAIS BRASILEIROS
Resumo
Introdução: A funcionalidade está transversalmente embutida na formação profissional do fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) como uma estrutura capaz de descrever estados de saúde e funcionalidade com linguagem padronizada e recomenda seu uso como ferramenta estatística, clínica, de pesquisa e de políticas sociopedagógicas. No Brasil, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) oferta, desde 2016, um curso de CIF na modalidade de Educação à Distância (EaD) com o intuito de fornecer, gratuitamente, subsídios à educação permanente dos profissionais sob sua jurisdição e acadêmicos, de forma flexível e de grande abrangência territorial. Conhecer as características e, consequentemente, as necessidades dos interessados em tal curso pode subsidiar ações de suporte à capacitação cujo impacto seria refletido na qualidade da assistência em saúde. Objetivo: Identificar características profissiográficas, conhecimento e uso da CIF dos inscritos no curso de CIF em EaD disponibilizado pelo COFFITO. Metodologia: Estudo quantitativo descritivo transversal aprovado pelo comitê de ética local sob o parecer nº 2.080.451. Foram analisadas neste recorte, a partir do banco de dados do curso de CIF em EaD do COFFITO, as informações profissiográficas (profissão, anos de formado, região de residência) e sobre conhecimento e uso da CIF advindas das respostas dos 1831 inscritos entre maio de 2017 e julho de 2018. Resultados: Do total da amostra, 74,4% eram profissionais com media de 7,39 ± 6,05 anos de formado, sendo 59,1% fisioterapeutas e 15,3% terapeutas ocupacionais. O restante da amostra corresponde a 20,4% de acadêmicos de fisioterapia e 5,2% de terapia ocupacional. A maior parte residia na região sudeste (39%) com destaque para São Paulo e Minas Gerais, seguidos pelos residentes das regiões nordeste (29,2%), sul (15,1%), centro-oeste (10,8%) e norte (5,8%). Sobre o conhecimento e uso da CIF, mais da metade dos inscritos (55,1%) relatou não ter tido contato com a CIF na formação acadêmica (graduação e pós-graduação), tão pouco ter tido a CIF abordada em algum outro curso. Ainda do total de inscritos, 54,6% relatou não utilizar a CIF em suas atividades profissionais ou acadêmicas por falta de conhecimento. Conclusão: Aponta-se que os inscritos no referido curso, predominantemente, constituem-se por profissionais formados há menos de uma década, concentram-se nas regiões sudeste e nordeste, e relataram falta de conhecimento em CIF, o que reflete no baixo uso em suas atividades profissionais e acadêmicas. O perfil dos inscritos no curso, evidenciado por este recorte, ratifica a relevância do curso de CIF disponibilizado pelo COFFITO e seu potencial no sentido de contribuir para a qualificação profissional e proteção da sociedade atendida por estes, cumprindo as diretrizes e recomendações da OMS.Edição
Seção
Trabalhos de Pesquisa - Eixo II Formação e Educação Permanente
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