ADESÃO AO TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO EM PACIENTES HIPERTENSOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores

  • Luciane Soares Seixas Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP.
  • Jair Lício Ferreira Santos Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP.

Resumo

INTRODUÇÃO: Estima-se que a adesão ao tratamento não farmacológico para a Hipertensão Arterial (HA), caracterizado pelo ministério da saúde (MS) como: controle do peso, adoção de hábitos alimentares saudáveis, redução do consumo álcool, abandono do tabagismo, e prática regular de atividade física, esteja acima de 50%. A baixa adesão ou não adesão ao tratamento não farmacológico anti-hipertensivo constituem problemas de saúde pública e devem ser entendidos como uma das maiores barreiras para o sucesso do tratamento da hipertensão arterial. A elevada prevalência desta condição clínica e sequelas devastadoras no controle inadequado da pressão arterial tem sido frequentemente relacionadas à mortes precoces. OBJETIVOS: Este estudo tem o objetivo de estudar a adesão ao tratamento não farmacológico em pacientes hipertensos cadastrados na Unidade Saúde da Família Santa Augusta do município de Marília - SP. Assim sendo, visa: Caracterizar a população hipertensa; Identificar fatores associados à hipertensão: cronicidade, as sintomatologias e uso do medicamento; Caracterizar hábitos culturais e de vida e identificar a adesão ao tratamento não farmacológico proposto para a HAS. METODOLOGIA: Foram entrevistados 245 pacientes, utilizando-se um questionário elaborado para identificar as características gerais dos pacientes e identificar a adesão ao tratamento não farmacológico para a HA. A análise foi realizada utilizando-se o programa Stata. RESULTADOS: Observou-se predomínio do sexo feminino em 60,4%, 32% com idades de 60 a 69 anos, 55% de cor branca, 66,5% apresentavam baixa escolaridade, 47,8% aposentados, 47,3% possuíam renda de até 1 salário mínimo, 40% possuíam de 5 a 10 anos com diagnóstico de HA, e 95% utilizavam medicamento para o tratamento da hipertensão arterial. A adesão foi verificada utilizando-se os critérios estabelecidos pelo MS, encontrou-se que 70% nunca participaram de palestras informativas sobre a HA, 65% não praticavam atividade física, 27% não faziam nenhum tipo de dieta para o controle da HA, 7% eram fumantes e 22% já fumaram em algum momento de suas vidas, 29,4% faziam uso de algum tipo de bebida alcoólica, e destes 22% faziam uso de bebidas alcoólicas diariamente, 33% faziam uso frequente de temperos industrializados, 93% faziam uso da USF, 45% relataram não ter recebido visitas da equipe da USF e49,6% possuíam algum tipo de doença relacionada com a HA, como o diabetes, colesterol alto, derrame e infarto. CONCLUSÃO: Notou-se que o critério de menor adesão para o tratamento não farmacológico para a hipertensão arterial foi a atividade física, situação considerada um grande problema contemporâneo que necessita de atenção, pois interfere consideravelmente na qualidade de vida do portador de HA. Outro fator que merece atenção é que 27% dos hipertensos não faziam nenhuma modificação em seus hábitos alimentares, demonstrando o problema atual da população em geral nesse aspecto, sabe-se que a alimentação é fator de risco para muitos problemas de saúde. Desta forma faz-se necessário o empenho de todos os profissionais de saúde a fim de compreender as condições da baixa adesão ao tratamento não farmacológico para a HA e o desenvolvimento de ações através da educação em saúde a fim de possibilitar uma maior adesão ao tratamento proposto para a HA.