INTERAÇÃO ENSINO-SERVIÇO EM FISIOTERAPIA NA ATENÇÃO BÁSICA EM LONDRINA-PARANÁ

Autores

  • Cíntia Raquel Bim UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE-UNICENTRO; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA-UEL
  • Alberto Durán Gonzalez UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE-UNICENTRO; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA-UEL

Resumo

Introdução: A fisioterapia vem ganhando cada vez mais espaço nas ações de promoção e prevenção em saúde, em especial pela atuação na atenção básica. Contudo, ainda se observa dificuldades na interação ensino-serviço na atenção básica, tanto por falhas na formação, quanto pelo perfil dos profissionais e visão de alguns gestores de saúde nos municípios. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi compreender o papel do serviço no processo formativo de acadêmicos de fisioterapia em unidades básicas de saúde (UBS), por meio de estágio supervisionado, e verificar a articulação com o ensino nesse processo. Metodologia: Este recorte faz parte de uma pesquisa maior sobre a atuação do fisioterapeuta na atenção básica no município de Londrina-PR. Foi realizada pesquisa qualitativa, com a realização de entrevistas semiestruturadas, com 19 fisioterapeutas do município que atuam em unidades básicas de saúde. Os entrevistados foram previamente selecionados por conveniência, buscando diversidade no perfil dos voluntários. A coleta de dados ocorreu entre agosto e setembro de 2017. As entrevistas foram gravadas, transcritas e posteriormente analisadas com o uso da técnica de análise de discurso. Para este trabalho foram consideradas as questões sobre relação ensino-serviço. O projeto foi aprovado pelo Comitê de ética em pesquisa com seres humanos da Universidade Estadual de Londrina. Resultados: Os resultados evidenciaram que a maioria dos entrevistados vê a unidade básica de saúde como espaço de formação profissional, porém a minoria, 6 profissionais, recebeu ou recebe alunos no serviço. Os que recebem, apontaram que há pouca participação dos profissionais do serviço no planejamento das ações dos acadêmicos, tampouco no processo de avaliação. Também foi relatado que a maneira como os estágios supervisionados acontecem não reflete a vivência real do profissional do serviço de fisioterapia na atenção básica em saúde no Sistema único de Saúde (SUS). Os resultados também revelaram que a atuação do fisioterapeuta no serviço público e na atenção básica não são valorizados durante a formação. Conclusão: O estudo mostrou que os profissionais do serviço têm potencial para auxiliar na formação de novos fisioterapeutas, e veem a UBS enquanto espaço de formação. Observou-se falta de articulação entre as instituições de ensino e os profissionais de serviço no processo formativo, o que precisa ser revisto diante do contexto atual do papel do fisioterapeuta na atenção básica.