PERFIL ACADÊMICO DE FISIOTERAPEUTAS ATUANTES NOS NASF-AB DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA

Autores

  • João Eduardo de Azevedo Vieira FACULDADE EDUCACIONAL ARAUCÁRIA - FACEAR
  • Marcela Mariucha Leandro Kuduavski FACULDADE EDUCACIONAL ARAUCÁRIA - FACEAR
  • Fernanda Mayer Bodek FACULDADE EDUCACIONAL ARAUCÁRIA - FACEAR

Resumo

Introdução: O Núcleo Ampliado da Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) foi criado pela Portaria 154/GM-MS de 24/01/2008 com o objetivo de ampliar a abrangência e o escopo das ações da Atenção Básica (AB), bem como sua resolubilidade, apoiando a inserção da estratégia de Saúde da Família (ESF) na rede de serviços e o processo de territorialização e regionalização. O trabalho do NASF-AB apresenta-se com base nos princípios da integralidade e da interdisciplinaridade, o que o diferencia de outros programas até então implantados. Os NASF-AB criaram a necessidade de reorganizar a atuação do profissional da Fisioterapia, principalmente nas suas intervenções dentro do campo da prevenção e promoção da saúde, adquirindo crescente importância nos serviços da Atenção Primária em Saúde (APS). Objetivo: Este estudo teve como objetivo apresentar o perfil de formação acadêmica dos profissionais Fisioterapeutas que atuam nas equipes de NASF-AB nos municípios de pequeno e médio porte da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Metodologia: O estudo inicia-se com a identificação dos municípios de médio e pequeno porte (até 350.000 habitantes) que possuem equipes de NASF-AB cadastradas no CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde) e destas, quais possuíam Fisioterapeutas integrando-as. Após, estes profissionais foram contatados, sendo explicado os objetivos e a metodologia do estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e realizada entrevista individualizada com cada Fisioterapeuta. Resultados: Dos 29 municípios que fazem parte da RMC, apenas 10 atendiam aos critérios de inclusão no estudo, totalizando ao todo, 12 equipes NASF-AB. Apesar de estarem cadastrados 19 profissionais no CNES, apenas 12 Fisioterapeutas concordaram em participar do estudo, estando estes, distribuídos em 10 equipes de 8 municípios da RMC, cobrindo uma população estimada de 860.000 habitantes.Quanto ao tempo de formação, observou-se que a grande maioria destes profissionais tem mais de 10 anos de formados, somando 76% dos profissionais participantes. Estes profissionais relataram de forma divergente a presença de uma disciplina que abordasse assuntos relacionados a Saúde Coletiva, sendo que a maioria (58%) citou não ter tido esta disciplina durante a sua graduação. Quase todos os entrevistados (92%) citaram não ter tido qualquer abordagem sobre o NASF-AB ou a atuação do Fisioterapeuta na APS. Quanto a realização de cursos de pós-graduação, todos os profissionais entrevistados responderam terem feito pelo menos uma especialização. Entretanto, nenhum deles relatou que suas especializações eram em Saúde Coletiva ou área afim. metade dos entrevistados iniciaram suas atividades no serviço público entre 6 e 10 anos atrás, sendo que 42% iniciaram suas atividades a mais de 11 anos. Apesar de concursados, todos relataram que não houve algum processo de seleção específico para o profissional assumir o cargo de Fisioterapeuta do NASF-AB. Conclusão: Diante do déficit acadêmico quanto ao conhecimento das ações do Fisioterapeuta na APS, observou-se que a busca pela capacitação em cursos de curta duração sobre esta modalidade de ação em saúde foi fundamental para alinhar alguns procedimentos às metodologias de interação com a comunidade em seus respectivos territórios, atendendo aos princípios iniciais do NASF-AB de prevenção e promoção de saúde.