A ATUAÇÃO DE ACADÊMICOS DE FISIOTERAPIA NO FORTALECIMENTO DA INSERÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA E COMO PROFISSIONAL ATUANTE NA CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS EM LINHAS DE CUIDADO

Resumo

Introdução: O presente relato trata das atividades desenvolvidas por acadêmicos do curso de fisioterapia, foi considerada a proposta apresentada pela OMS (2003), que adota o conceito de condições de saúde, considerando-se condições crônicas aquelas que ocorrem em períodos longos ou permanentes e a solução está ligada ao cuidado; e condições agudas, aquelas com início abrupto tendo como resultado da intervenção a cura. As condições crônicas, ao manifestarem-se sob a forma de eventos agudos, foram consideradas crônicas agudizadas (VILAÇA,2012). As algias de coluna como condições crônicas ou crônicas agudizadas incorporam as filas de espera dos serviços especializados em ortopedia no sistema público de saúde. Para Romero et al (2018), o problema crônico de coluna é um motivo importante de consulta médica, responsável pela redução na qualidade de vida e causa de diversas incapacidades. Proposta de reorientação da prática fisioterapêutica considera a necessidade de adotar a nova lógica de organização dos modelos assistenciais; assim, a aproximação entre a fisioterapia e a Atenção Primária traduz uma possibilidade de fortalecimento desta, contribuindo para resolutividade do sistema e a integralidade na assistência (BISPO, 2010). Descrição: O curso de fisioterapia do Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais foi inserido nas ações da Atenção Primária/ESF de Ponta Grossa-PR, considerando a necessidade de diminuição da fila de espera e da demanda de consultas ortopédicas, que centralizavam o encaminhamento dos pacientes à fisioterapia. Levantamento prévio da lista de espera de pacientes de uma USF (julho/2017 a fevereiro/2018), onde o projeto teve início, detectou 200 pacientes, com patologias ortopédicas variadas, muitos em situação crônica, prevalecendo 47 com algias de coluna (SMS PG, 2016). No projeto piloto pacientes da fila de espera foram reavaliados e qualificados segundo a classificação de risco: agudas, crônicas e crônicas agudizadas. Após avaliações, os pacientes crônicos eram encaminhados ao grupo terapêutico de coluna, os crônicos agudizados para a reabilitação na Clínica Escola da Instituição e os agudos permaneciam na fila da ortopedia, onde aguardariam aproximadamente 8 meses. Como estratégia de prevenção e promoção da saúde foi utilizada a sala de espera, recurso para o empoderamento do usuário no autogerenciamento da saúde (VILHAÇA, 2012). A atividade no grupo terapêutico consistiu em sessões semanais de 50 minutos com técnicas cinesioterápicas, socialização, construção de conhecimento e autonomia dos pacientes, buscando a corresponsabilização com seu cuidado. Impactos: A inserção dos acadêmicos nessa experiência fortaleceu a percepção de que o fisioterapeuta pode ser um profissional efetivo na equipe de saúde, capaz de desenvolver ações dentro da proposta de classificação de riscos em várias linhas de cuidado. Pressupõe-se redução de gastos com ações de alta complexidade, redução das filas na ortopedia, consumo de medicamentos e melhora na resolutividade do programa. Considerações: O pontos críticos a serem discutidos: adesão dos pacientes no Grupo Terapêutico, espaço físico para avaliações, organização do fluxo, integração na equipe. Os atendimentos da demanda espontânea observada na Unidade e a discussão dos casos de forma compartilhada entre médicos e fisioterapeutas são propostas de ampliação deste projeto e de fortalecimento da fisioterapia na Atenção Primária.