O PAPEL DO IDOSO NA TOMADA DE DECISÃO FAMILIAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA VINCULADO AO PROEAS

Resumo

Introdução: A tomada de decisões e resolução de problemas relacionada ao auto interesse comum entre o idoso e sua família, até então representa um desafio para o convívio social. Devido ao fato do idoso atualmente ser tachado como debilitado física e mentalmente, isolado, dependente, vagaroso, pouco produtivo, inábil, entre outros, sua família o priva de acontecimentos a qual o mesmo poderia ser hábil para lidar, levando a uma situação de violência implícita contra a autonomia do idoso. Objetivo: Descrever a experiência de alunas do curso de fisioterapia em situações de violência implícita para com o idoso no ato de resolução de problemas e tomada de decisões, vivenciadas a partir de visitas domiciliares vinculadas ao PROEAS. Descrição: O Projeto Envelhecimento Ativo e Saudável na Comunidade - PROEAS tem como foco a população idosa, e tem por objetivo a promoção de saúde destes indivíduos por meio da avaliação de saúde e orientações para o idoso e seus familiares. As avaliações de saúde culminarão em pesquisas vinculadas ao projeto, e para isso são aplicados escalas e questionários. Um dos instrumentos utilizados avalia a funcionalidade familiar, e durante a sua aplicação foi possível observar em diversos momentos que, os idosos avaliados raramente estavam satisfeitos com a maneira com que a família se abria para resolver e discutir problemas que também o envolviam. Tal fato pode estar associado ao processo de infantilização, onde o idoso é privado de seus direitos de participação e decisão não levando em conta a opinião do mesmo. Foi possível perceber também o quanto esta atitude influencia negativamente no bem-estar geral do idoso, um indivíduo que antigamente era visto como portador de conhecimento e influente, mas que na sociedade atual é tido como alguém incapaz de opinar e auxiliar na resolução de problemas familiares. Impactos: A participação no PROEAS permitiu às estudantes esta e outras vivências que propiciaram o entendimento da importância da atenção primária ao idoso com foco na autonomia, não maleficência e equidade do indivíduo, bem como, suas necessidades e dificuldades, influenciando assim positivamente para uma formação humanista e diferenciada para a atuação profissional. Considerações: A infantilização do idoso pode leva-lo a ter pensamentos de frustração e incapacidade, o que, somado ao fato da família não discutir as situações do dia a dia com este, por vê-lo como incapaz de compreender o assunto ou por ter medo de desencadear uma piora de seu estado de saúde faz com que seja gerado um sentimento de impotência e auto degradação deste, visto que este percebe o que está acontecendo, mas, é excluído das decisões familiares. Deste modo, é preciso que o idoso seja inserido novamente na sociedade e na família como um ser capaz de analisar, compreender e resolver. Contudo, para que isso seja possível é necessário que haja o desenvolvimento de uma visão que reconsidere o papel deste indivíduo no convívio social, bem como, sua trajetória de vida, hobbies, gostos, vocação e experiências ocupacionais, sem destituir seus interesses.