REESTRUTURAÇÃO DO PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PRECOCE A PARTIR DA IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL DE SAÚDE FUNCIONAL DAS CRIANÇAS ATENDIDAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • Andréa de Jesus Lopes CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO-BH; CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO CER II APAE PARÁ DE MINAS
  • Denise Abreu e Silva CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO-BH; CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO CER II APAE PARÁ DE MINAS
  • Dulcemar Santos Leão Lopes CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO-BH; CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO CER II APAE PARÁ DE MINAS
  • Fernanda Aparecida Passos Dorneles CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO-BH; CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO CER II APAE PARÁ DE MINAS
  • Gezilene Alves Vital CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO-BH; CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO CER II APAE PARÁ DE MINAS
  • Kênia Augusta Marques da Silva Almeida CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO-BH; CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO CER II APAE PARÁ DE MINAS
  • Simone Carmem Lima Silva Vieira CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO-BH; CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO CER II APAE PARÁ DE MINAS
  • Thais Rocha Tarabal CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO-BH; CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO CER II APAE PARÁ DE MINAS

Resumo

Introdução: Intervenção precoce objetiva potencializar as interações familiares e assegurar condições facilitadoras do desenvolvimento da criança com deficiência ou em risco de atraso grave de desenvolvimento. O Programa de Intervenção Precoce Avançada (PIPA) propõe intervenção precoce para crianças de 0 a 6anos 11meses nestas condições, com ações de natureza preventiva e habilitativa, no âmbito da saúde, educação e ação social. Em uma equipe transdisciplinar cada técnico de saúde integra conhecimentos e estratégias que ultrapassam a sua formação de base, existe suporte mútuo e compartilhamento de informações. Na prática clínica o modelo biopsicossocial permite uma visão global que norteia a atenção integral à saúde da criança. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) favorece comunicação na equipe, pode ser uma ferramenta de gestão e ferramenta clínica, documentando o quadro inicial e a evolução das crianças. Descrição: A experiência exitosa de implementar o modelo transdisciplinar e usar a CIF foi o objetivo deste relato. A implementação foi feita no PIPA I (0 a 3anos 11meses), teve início com reuniões e discussões sobre estratégias e ações para envolver a família. Feita reorganização da equipe técnica e das atividades do fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo e equipe de apoio. A nova sistematização e estruturação das etapas e das ações foram agrupadas em um organograma. As etapas e principais ações foram: 1) Detecção e sinalização dos casos para intervenção; 2) Avaliação em conjunto e indicação do profissional de referência por critério de prioridade de intervenção; 3) Elaboração do Plano de Tratamento Individual e uso de check list da CIF (qualificação por consenso); 4) Intervenção focada na estimulação global; apoio psicológico aos pais e corresponsabilização equipe-família; 5) Reavaliações periódicas (nova qualificação CIF). Em paralelo foi conduzido estudo retrospectivo a partir da Avaliação Multidisciplinar e Check list anexadas ao prontuário, apresentando categorias mais frequentes.para identificar o perfil funcional. Impactos: Percebido impacto positivo com a nova estrutura, com novo fluxo para atendimento, novas ideias de projetos e otimizando da atuação de cada profissional da equipe. A troca de conhecimento, inerente ao modelo transdisciplinar favoreceu a coesão da equipe. O perfil do público-alvo do PIPA I em 2017 foi identificado, incluindo crianças com idade de 5meses a 3anos e 11meses. Com a aplicação da CIF principais deficiências, limitações e restrições dos usuários foram mapeadas. Maior prevalência de deficiências nas funções mentais da linguagem (87%), funções sensoriais (83%) e neuromusculoesqueléticas (35%). Incapacidades relacionadas às funções mentais relacionadas à linguagem foram as mais prevalentes, sendo foco de um dos novos projetos. A participação familiar foi classificada como facilitadora em 70% e como barreira em 30% das famílias. Considerações: A experiência em reestruturar o serviço resultou em maior troca de saberes, adequações na agenda dos profissionais, na forma de abordagem do usuário a partir do momento do encaminhamento pelo serviço diagnóstico e também direcionou a criação de projetos incluindo grupos específicos para as principais demandas. Projetos para melhorar a participação da família, tornando-a um elo forte na equipe transdisciplinar foram implementados no processo de intervenção precoce.