CONSTRUÇÃO DO PROCESSO DE DIAGNÓSTICO CINÉTICO-FUNCIONAL A PARTIR DA ICF: RELATO DE EXPERIÊNCIA NA GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

Autores

  • Hedioneia Pivetta UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS
  • Mauro Antônio Félix UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS
  • Tânia Cristina Malezan Fleig UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS
  • Sérgio Zonta UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS

Resumo

Introdução: O Movimento humano em todas as suas formas de expressão e potencialidades compõe o Objeto de Estudo da Fisioterapia. Este, parte da concepção de Ser Humano constituído pela inseparabilidade das dimensões biopsicossociais e espirituais e de seu contexto. Para tal, podemos entender que o saber e o fazer do fisioterapeuta passa por considerar o Movimento Humano e o sistema de saúde, assim caracterizando o Objeto de Trabalho da profissão como Cinético-Funcional. O ponto de partida do fisioterapeuta é seu raciocínio embasado em uma lógica que contemple as funções do corpo, as estruturas do corpo, a atividade e participação, os fatores ambientais e pessoais e a presença ou não de distúrbio ou doença. Deste modo, ao considerar esses aspectos alcançará a dimensão da Funcionalidade para o processo de diagnóstico fisioterapêutico (avaliação e elaboração do diagnóstico) na perspectiva do Modelo Integral e Integrador em saúde. Descrição: Trata-se do relato de experiência nos cenários da atividade acadêmica de Estágio em Fisioterapia II e Estágio em Fisioterapia na Saúde Coletiva I e II respectivamente da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS e Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC os quais adotaram o processo de diagnóstico a partir da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (ICF). Como ponto de partida elaborou-se quatro questões norteadoras como orientadoras para a realização do diagnóstico fisioterapêutico pelos estagiários: qual a função está alterada? Qual estrutura alterada levou a disfunção? Como a disfunção afeta a Atividade e Participação? Como os Fatores Ambientais (físico, social, atitudinal) e Fatores Pessoais favorecem ou dificultam a Atividade e Participação? Baseado nestas questões os estagiários desenvolveram o raciocínio clínico e diagnóstico fisioterapêutico possibilitando reconhecer a funcionalidade e a incapacidade evidenciadas no processo de avaliação das pessoas, registrando o diagnóstico fisioterapêutico a partir da linguagem proposta ICF. Impactos: A percepção dos estagiários, bem como supervisores, foi facilitada no processo de raciocínio ao avaliar para determinar as características cinético-funcionais das pessoas acompanhadas. As ações mantêm ênfase na promoção da saúde, na prevenção de incapacidades e na reabilitação da funcionalidade em Atenção Primária à Saúde, descentralizando o foco da deficiência ou da patologia, centrando na funcionalidade humana. Há de se considerar que ainda existem resistências, visto certa hegemonia do modelo biomédico por alguns alunos e a não compreensão do modelo integral e integrador em saúde quanto ao método de raciocínio, precisando elucidar dúvidas quanto à linguagem adotada para registro da funcionalidade e da incapacidade. Ainda se amplia a possibilidade do cuidado ao considerar a relação da doença (CID) e da funcionalidade (ICF) ou, ainda, entender que o cuidado fisioterapêutico pode ser realizado mesmo que não haja disfunção expressa realizando a promoção da saúde ou sua proteção. Considerações: As questões norteadoras auxiliaram aos estagiários no processo de diagnóstico, seja na realização da avaliação ou na definição do diagnóstico fisioterapêutico, demonstrando que podem ser utilizadas como estratégia para a elaboração do diagnóstico cinético-funcional a partir da ICF, assim como demonstrou potencialidade para o ensino-aprendizagem sobre funcionalidade e o processo de diagnóstico.