O ENSINO DA CIF NA PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM DUAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DO CENTRO-OESTE BRASILEIRO

Autores

  • Ruth Losada de Menezes UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
  • Anabela Correia Martins UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
  • Maria Márcia Bachion UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

Resumo

Introdução: No ambiente cotidiano de trabalho, os profissionais da área da saúde utilizam uma linguagem de especialidade (Garcia, Nobrega, 2009), que é aquela empregada entre membros especialistas de uma determinada comunidade técnico-científica, padronizada, do ponto de vista conceitual, para que os objetivos da mensagem emitida possam ser atingidos de forma rápida, precisa e confiável entre os interlocutores. Neste tipo de linguagem cada termo tem seu significado estabelecido, referindo-se a um objeto único, específico, que foi incorporado durante o processo de socialização profissional (Galvão, 2015). A Organização Mundial de Saúde (OMS) propõe um modelo para abordagem da funcionalidade humana, a fim de proporcionar uma linguagem unificada e padronizada de terminologias para descrição da saúde e estados relacionados com a saúde. Trata-se da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), ferramenta epidemiológica, de uso em pesquisa, na prática clínica e em políticas sociais (OMS, 2015). Os conceitos apresentados na CIF introduzem um novo paradigma para pensar e trabalhar a deficiência e a incapacidade. Não somente percebidas como consequência das condições do binômio saúde/doença, mas, determinadas também pelo contexto do meio ambiente físico e social, pelas distintas percepções culturais e posturas diante da deficiência, pela disponibilidade de serviços e de legislação. Objetivo: Realizar um relato de experiência acerca do ensino da CIF e da (re)construção dos conceitos de funcionalidade e incapacidade por alunos de pós-graduação stricto-sensu, na área da saúde, em duas disciplinas distintas. Descrição: Trata-se de um relato de experiência docente de duas disciplinas optativas presenciais de pós-graduação, sendo elas: Envelhecimento e Saúde" da Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias em Saúde (Universidade de Brasília) com 60 horas aula, ofertada professores da área de Fisioterapia e "Funcionalidade humana na perspectiva multidimensional e sistemas de classificação" da Pós-Graduação em Enfermagem (Universidade Federal de Goiás) com 30 horas aula, oferecida por professores da área de Enfermagem e Fisioterapia, totalizando um número de 11 participantes nas duas turmas. As atividades de ensino foram desenvolvidas no segundo semestre de 2014 e primeiro semestre de 2017, respectivamente. " Impactos: No momento inicial, foram realizados o aprofundamento teórico e discussões envolvendo tópicos como: breve histórico das classificações de deficiência e incapacidade; princípios básicos da CIF; impacto da classificação da deficiência na legislação nacional; aplicação da CIF em diferentes contextos; processo de codificação e orientação na aplicação da CIF na prática em saúde. Após essa fase introdutória, as disciplinas tiveram percursos diferentes. Considerações: O ensino da CIF no panorama de formação dos cursos de graduação e pós-graduação em saúde é recente, e a inserção, mesmo que como disciplina optativa, em cursos de pós-graduação acadêmicos representa uma iniciativa importante, podendo gerar impacto na formação de docentes, responsáveis pelo ensino de gerações futuras.