O USO DO MINICEX COMO INSTRUMENTO AVALIATIVO DE HABILIDADES CLÍNICAS NA FISIOTERAPIA
Resumo
Introdução: Desde 2016, o curso de Fisioterapia da PUC Minas Belo Horizonte, vem aprimorando seus métodos de avaliação no ambiente clínico, por entender que o raciocínio clínico é o coração da prática clínica e espaço de promoção e desenvolvimento de múltiplas competências, como comunicação, habilidades relacionais e práticas, entre outras. Para avaliar esse desenvolvimento percebeu-se a necessidade de utilizar avaliações integrativas e multifacetárias com instrumentos diferentes e complementares, no intuito de avaliar o conhecimento (saber), as habilidades (saber fazer) e as atitudes (saber ser) com vistas à mobilização desses recursos para solução de problemas reais. O objetivo era adequar e utilizar instrumentos de avaliação, no ambiente clínico, que avaliassem o desenvolvimento de competências (conhecimentos, habilidades e atitudes) durante os estágios supervisionados no Curso de Fisioterapia, em diferentes momentos e contextos, com feedback imediato. Descrição: A avaliação das disciplinas de Estágio inclui exames escritos, avaliação processual, grupos de discussão, mas não incluía a dimensão do Saber Fazer". Assim, foi proposto o uso do Mini Exame de Avaliação Clínica (Mini CEX). Esse instrumento avaliativo da Prática Clínica foi desenvolvido por Norcini, em 2003, para a Medicina. Ele envolve a observação direta da prática clínica e foi adaptado para ser utilizado nos estágios do Curso de Fisioterapia, mantendo as seis competências nucleares (Habilidade na Anamnese, no Exame Físico, Habilidade Humana/Profissionalismo/Comunicação, Raciocínio Clínico, Habilidade de Organização e Eficiência e Competência Geral), com pontuação na escala de Likert, de acordo com a expectativa do avaliador previamente definida (abaixo, bordeline, dentro da expectativa e acima dela). O feedback é parte relevante e diferencial do teste, sendo fornecido imediatamente após a observação do procedimento realizado pelo aluno no paciente, enfatizando as fortalezas observadas no momento avaliado e as possibilidades de aprimoramento. O discente é avaliado seis vezes, durante um ano e meio, em diferentes cenários de prática, sempre no meio do período do estágio." Impactos: Após capacitação, ajustes e troca de experiências, o instrumento já está incorporado ao cotidiano dos docentes, com ótima avaliação pelos discentes (o índice de satisfação dos discentes apresentou um valor mediano de 8,50 [o valor mínimo 2 e o máximo 9] e valor médio de 7,85), que ressaltam a importância do feedback imediato e a possibilidade de aprimoramento durante o processo de estágio, bem como dos docentes. O tempo médio de observação, que foi de 20 minutos (mínimo de 15 min e máximo de 40 min) e o feedback durou em média 17,50 min. As competências avaliadas tinham uma média de 3,4; sendo que a Habilidade Humana e Profissionalismo obtiveram média mais alta de 4,4, em uma variação de 1 a 5. Considerações: A busca por métricas que permitam uma avaliação justa e criteriosa de competências no ambiente clínico sempre mobilizou os Docentes. Principalmente por conceber que a formação em Fisioterapia demanda experiências e vivências no fazer cotidiano da saúde, instrumentos como o MiniCex, que capturem o modo como os discentes mobilizam os recursos apreendidos (habilidades humanas, de avaliação e intervenção) são de grande importância para alcançarmos o perfil profissional almejado.Edição
Seção
Relatos de Experiência - Eixo II Formação e Educação Permanente
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