SALA DE ESPERA: UMA EXPERIÊNCIA NA CLÍNICA ESCOLA MARIA ADELAIDE CICCÈ
Resumo
Introdução: A formação do fisioterapeuta traz demandas importantes de inclusão de aulas práticas no currículo, assim como a prática da humanização em saúde, compreendendo que o ser humano é um ser biopsicossocial. No entanto, temas como cuidados que enfoquem o cuidador principal dos pacientes são muito limitados, embora a literatura seja clara que ele é o primeiro a adoecer após o enfermo. Sendo assim, na tentativa de contemplar essa necessidade do curso, foi proposto levar aos cuidadores dos pacientes atendidos na clínica escola um projeto de Sala de Espera, para o desenvolvimento do olhar mais apurado do discente para os cuidadores que cuidam e convivem com os pacientes. Descrição: O projeto Sala de Espera foi realizado na clínica escola de Fisioterapia da Faculdade Social da Bahia, com os estudantes que se encontravam no oitavo e no nono semestres, sob orientação dos supervisores e do coordenador dos estágios e da coordenadora do curso. Inicialmente os cuidadores tiveram aulas teóricas dos mais diversos temas como hipertensão arterial (HAS), diabetes mellitus, alcoolismo, postura, transferência de pacientes neurológicos, automassagem com bolas de tênis, roda de conversa, trabalho em grupo, com cartazes, dinâmicas de grupo e a participação ativa dos cuidadores. Após esse momento, deu-se início à programação de oficinas e atividades práticas, como as oficinas de origami, brinquedos recicláveis, cuidados com a pele negra e com a pele senil e de auto maquiagem. Todas essas datas eram informadas com antecedência e não necessitava de inscrição prévia. Essas oficinas e aulas práticas eram nos horários concomitantes ao atendimento dos pacientes. O projeto foi realizado durante todo o semestre letivo, duas vezes na semana, durando de 50 minutos a uma hora. As aulas eram realizadas em diversos momentos do atendimento, de forma que todos os cuidadores pudessem ser atendidos nas suas expectativas, dúvidas e demandas. Os alunos eram divididos em dois grupos: sendo um responsável pelos pacientes e o outro, pelos cuidadores. Impactos: Os cuidadores principais parecem ter conseguido de fato assimilar e apreender mais profundamente os temas, com impacto na responsabilidade do autocuidado e com a possibilidade de minimizar danos e evitando o agravamento de futuros problemas de saúde. E os discentes parecem ter ampliado o próprio olhar para além do paciente tratado na fisioterapia, alcançando também aquele que cuida do paciente diariamente. Considerações: A felicidade e o orgulho demonstrados por docentes e discentes nos relatos do processo foi recompensador. Durante a apresentação desses resultados, muitas dúvidas apareceram e foi muito gratificante programar outras atividades para o semestre seguinte. Com essa abordagem, foi possível sair de um nível mais básicos para níveis mais superiores da Taxonomia de Bloom, que é um excelente norteador do docente do ensino superior. De acordo com as falas dos discentes e da dinâmica das aulas práticas utilizadas na sala de espera, é possível afirmar que essa experiência de ensino foi muito positiva, tendo alcançado os objetivos propostos.Edição
Seção
Relatos de Experiência - Eixo II Formação e Educação Permanente
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