ANÁLISE DE PACIENTES COM PARALISIA CEREBRAL SUBMETIDOS À FISIOTERAPIA

Autores

  • Natália Tedoldi Silva Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM
  • Luciana Carrupt Machado Somage Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM
  • Cássia Valeska Torati Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM
  • Letícia Guimarães Peyneau Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM

Resumo

INTRODUÇÃO: A Paralisia Cerebral (PC), também denominada Encefalopatia Crônica não progressiva da infância é caracterizada por um grupo de desordens do desenvolvimento, da postura e do movimento que são atribuídas a um distúrbio não progressivo do Sistema Nervoso Central em fase de maturação estrutural e funcional, ocorrido no período pré, peri ou pós-natal (LOPES, 2005). Além do atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, essas crianças podem apresentar deficiência auditiva, visual, mental, distúrbios da fala e distúrbios ortopédicos, levando à necessidade de um tratamento multidisciplinar, no qual a fisioterapia assume um papel primordial por possibilitar o maior grau de independência possível para essas crianças (HOFFMAN et al.; 2003;FELÍCIO et al.; 2005). OBJETIVOS: O objetivo geral deste estudo foi avaliar a idade motora de crianças com Encefalopatia Crônica não Progressiva da Infância correlacionando-a com a idade cronológica e os objetivos específicos foram identificar a presença de atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM), descrever as causas da Paralisia Cerebral e a presença de acompanhamento fisioterapêutico, fonoaudiológico e psicológico. METODOLOGIA: Este estudo foi descritivo transversal, realizado na Clínica Escola de Fisioterapia da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM). Foram incluídos crianças com diagnóstico clínico de Encefalopatia Crônica não progressiva da infância, de ambos os sexos, com idade de 0 a 6 anos, autorizadas a participar da pesquisa através do Termo de Consentimento livre e esclarecido, o que totalizou uma amostra de 06 crianças. Foi feito uma avaliação no prontuário de cada criança e aplicado a Escala de Denver para avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor. Esta escala abrange os itens: Pessoal-Social, Motor fino ou adaptativo, Linguagem e Motor amplo ou grosso, sendo que os resultados obtidos podem ser classificados em Normal, Questionável e Anormal. A duração da coleta de dados foi de 2 (dois) meses, foi realizada uma análise estatística descritiva dos dados, com média e desvio padrão e este estudo foi aprovado pelo comitê de ética da EMESCAM. RESULTADOS: Foram avaliadas 06 crianças, 02 do sexo masculino e 04 do sexo feminino, com uma média de idade cronológica de 5 anos, onde 83% das causas da PC foram peri-natais e 17% pós-natais. Todas (100%)das crianças realizavam fisioterapia, 17% realizavam fonoaudiologia e nenhuma tratamento psicológico. Quanto à escala de Denver, foi possível identificar o atraso neuropsicomotor destes pacientes e apontar que a motricidade fina, com média de desenvolvimento de 7,3 meses é a área de maior atraso de desenvolvimento, seguida pela motricidade ampla, com 9,3 meses, logo após o pessoal-social, com 12,5 meses e a linguagem com 22,5 meses. Foi verificado também que a média da idade cronológica dessas crianças avaliadas foi de 60 meses, porém a idade motora foi de 12 meses. CONCLUSÃO: Pode-se concluir que crianças com Encefalopatia Crônica não progressiva da infância apresentam atraso no desenvolvimento, sendo a motricidade fina a área de maior comprometimento. Destaca-se a importância de uma equipe multiprofissional para possibilitar melhora no desenvolvimento e consequentemente na qualidade de vida dessas crianças, o que não foi observado nesta pesquisa, onde a maioria das crianças só realizou fisioterapia.