ANÁLISE DE PREVALÊNCIA DE LER/DORT E SUA INFLUÊNCIA NA CAPACIDADE PARA O TRABALHO E NA QUALIDADE DE VIDA DE TRABALHADORES RURAIS

Autores

  • Jaqueline Francisca dos Santos Universidade federal de Pernambuco - UFPE
  • Joaquim Sérgio de Lima Neto Universidade federal de Pernambuco - UFPE

Resumo

INTRODUÇÃO: O mundo do trabalho na agricultura envolve mais de 16 milhões de pessoas em atividades laborais no campo, em mais de 5 milhões de estabelecimentos, desenvolvendo atividades de agricultura, pecuária e produção florestal. Temos então uma gigantesca população de trabalhadores que necessitam de atenção no que remete a sua saúde, porém, a Organização Mundial de Saúde reporta que, enquanto 50% das populações em todo o mundo vivem em zona rural, apenas 38% dos enfermeiros e 24% das práticas médicas ocorrem neste meio, deixando evidente que diversos tipos de problemas de saúde podem está acometendo estes trabalhadores sem que se tenha conhecimento de tal fato. Há diversos assuntos que parecem ainda não fazer parte da agenda dos pesquisadores do campo da saúde e da segurança no trabalho desse importante setor econômico, embora o trabalho na agricultura seja apontado como uma das atividades de maior risco entre diferentes setores da economia. No Brasil, as barreiras geográficas da zona rural constituíram fator impeditivo para o maior acesso aos serviços de saúde dessa população. Diante da escassez de publicações que forneçam conhecimentos sobre o quanto a LER e a DORT influenciam na qualidade de vida e na capacidade de trabalho e consequentemente na produtividade, consideramos relevante o desenvolvimento de estudo contemplando esse tema. OBJETIVOS: Revisar na literatura efeitos da LER/DORT na capacidade para o trabalho e na qualidade de vida de trabalhadores rurais. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão de literatura, realizada no período de Agosto a setembro de 2013. RESULTADOS: No caso dos trabalhadores, sejam eles da zona rural ou urbana a ocorrência de Lesões por esforço repetitivo e de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho, representam a principal causa de adoecimento devido ao trabalho. Compreende-se que as doenças ocupacionais não prejudicam apenas a produtividade pela diminuição da capacidade de trabalho, mas também todos os aspectos relacionados à qualidade de vida. No Reino Unido, na Holanda e na França, o trabalho na agricultura apresenta alta prevalência e taxa de incidência de LER/DORT, configurando uma das atividades de maior risco para ocorrência desse agravo. LER e DORT correspondem a um conjunto de afecções que acometem o sistema músculo-esquelético e causam transtornos funcionais e mecânicos, sinalizados no surgimento de dor, formigamento, dormência, perda de força e fadiga muscular, que compromete a capacidade laboral de forma temporária ou permanente e pode evoluir com um quadro de dor crônica agravada por fatores psíquicos. Na definição de papéis impostos ao trabalhador rural no âmbito familiar, este necessita de constante força física para o trabalho, o adoecimento pode sobrecarregar outros membros e comprometer a subsistência da família. CONCLUSÃO: LER e DORT podem resultar em alterações tanto na Capacidade para o Trabalho quanto na qualidade de vida do trabalhador, com a diminuição do bem-estar físico e mental, redução da motivação para o trabalho e da satisfação pessoal, influenciando na prática, a sua atividade laboral, interferindo negativamente no desenvolvimento satisfatório de suas atividades.