VER-SUS MATO GROSSO DO SUL: DESPERTANDO A INDISSOCIABILIDADE ENTRE ACADEMIA E SERVIÇO

Autores

  • André Luis Grégio Bezerra Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS
  • Érica de Moraes Santos Corrêa Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS
  • Fernando Pierette Ferrari Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS
  • Jean Franko Leal Moraes Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS
  • Keila Kazue Masunaga Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS
  • Tulio Tadeu Morais Dias Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS
  • Willian Seiji Yamauchi Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS
  • Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS

Resumo

INTRODUÇÃO: ”Que em todos os nossos encontros impere a diferença, e não a desigualdade” (Mehry). A diferença faz descobrir o outro, enriquece, aumenta o potencial de partilha, e favorece a complementaridade. Assim começa a vivência do G1 em Campo Grande, seis estudantes de áreas diferentes: enfermagem, fisioterapia, nutrição, medicina, medicina veterinária e odontologia, juntos para debater saúde, gerar conhecimento, construções, desconstruções e reconstruções sobre o Sistema Único de Saúde. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: O VER-SUS, Projeto de Vivências e Estágios na Realidade do SUS, favorece aos estudantes contato precoce com o SUS, valorizando o trabalho multiprofissional, desenvolvendo o vínculo entre academia e serviço e apresentando a realidade de um sistema complexo que fará parte do cotidiano de todos os profissionais, estimulando a formação de trabalhadores comprometidos eticamente com os princípios e diretrizes do SUS. IMPACTOS: Desta maneira, os impactos do projeto não refletem apenas aos estudantes, mas a um coletivo que está envolvido neste cenário. A vivência proporciona aos acadêmicos uma experiência dentro da realidade do sistema de acordo com as peculiaridades dos territórios, haja vista as diferentes realidades vivenciadas pelos usuários, com formação humanizada, entendendo que é preciso tratar diferente os diferentes para que sejam iguais; aos gestores, a promoção à uma discussão que aguce o senso crítico para novos olhares; aos profissionais, o contato com os acadêmicos traz uma reflexão dos trabalhadores sobre suas práticas e saberes, com uma nova visão que, em muitos casos, por conta do desgaste e sobrecarga de trabalho, automatizam o processo de produção do cuidado, promovendo, então, oxigenação e motivação com troca em que profissionais e estudantes podem juntos discutir saúde; às instituições formadoras, estimular maior interação entre os cursos, disseminando uma visão integral sobre a complexidade do processo saúde-doença num cenário de diversidade, com a participação de todas as áreas do conhecimento: biológicas, sociais/humanas e exatas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Percebemos que o modelo de formação é fator primordial e reflete na resolutividade e qualidade do serviço, devido a deficiência em saúde pública em muitas matrizes curriculares. Portanto, a possibilidade da academia gerar profissionais mais humanizados e preparados para lidar com a população, alterando suas práticas constantemente com as mudanças de perfil epidemiológico, reforça a equidade, universalidade e integralidade que, junto a uma estrutura física adequada à demanda e valorização dos profissionais, com planos de cargos e carreiras, tornaria o serviço mais resolutivo. Em suma, a visão do grupo foi ampliada e o trânsito de saberes entre o campo e núcleo nas nossas diferentes áreas agrega valores e pluraliza a formação e a prática profissional. É necessária a quebra de paradigmas, pois o medo da perda de espaço e poder, enquanto as classes do campo da saúde lutam entre si, tira o foco principal que é levar saúde e qualidade de vida à população, resultando, muitas vezes, em mortes. O SUS é um Sistema Único, mas após conhecermos mais, vimos que só irá funcionar adequadamente, se for visto como um Sistema Unificado de Servidores – composto pelos eixos Ensino, Gestão, Atenção e Controle Social, dá certo.