BAIXO PESO AO NASCER NO RIO GRANDE DO SUL: ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO EM 2015

Autores

  • Ana Paula Barcellos Karolczak UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
  • Juvenal Soares Dias da Costa UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
  • Fernanda Pinho UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
  • Caroline Krug UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
  • Karla Poersch UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
  • Patrícia Martins UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS

Resumo

Introdução: O peso ao nascer é considerado um indicador de saúde de extrema importância, pois reflete o cuidado recebido durante a realização do pré-natal, assim como pode determinar a qualidade de vida do indivíduo no futuro. O baixo peso ao nascer (BPN) (nascidos vivos com peso inferior a 2500g) é considerado como fator de risco principal para a mortalidade do recém-nascido (RN). Objetivo: O presente estudo buscou determinar a prevalência de BPN e fatores associados no Rio Grande do Sul (RS) em 2015. Metodologia: Foram utilizados dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC). A variável dependente foi o peso ao nascer e as independentes: idade da mãe, cor/raça, situação conjugal, grau de escolaridade, tipo de gravidez, número de consultas pré-natal, local do parto, tipo de parto, duração da gestação, sexo da criança, Apgar no primeiro e no quinto minutos, e presença de anomalia congênita. Resultado: Em 2015 ocorreram 148.418 nascimentos vivos, e 13.664 (9,2%) com baixo peso. Observou-se maior prevalência de BPN nas crianças nascidas de mães com idades entre 10 e 14 anos (12,3%), com baixa escolaridade (13,0%), e que realizaram até três consultas no pré-natal (19,7%); nos partos ocorridos fora do hospital (20,4%), cesáreo (9,9%), e em nascidos pré-termo (52,0%). Entre as crianças, a prevalência foi maior no sexo feminino (10,0%), com Apgar baixo no primeiro e no quinto minutos (42,2 e 58,2%, respectivamente) e na presença de anomalia congênita (25,2%). A proporção de nascimentos por cesariana no estado foi de 60%. As maiores magnitudes de efeitos foram constatadas entre as crianças prematuras, nos gêmeos, naquelas cujas mães fizeram até três consultas durante o pré-natal, com baixo Apgar, com anomalias congênitas. Conclusão: O baixo peso ao nascer, em 2015, no Rio Grande do Sul, mostrou-se associado à prematuridade, aos nascimentos gemelares e às mães que fizeram até três consultas durante o pré-natal. A associação com a prematuridade e o baixo número de consultas pré-natal sinalizaram para fragilidades no cuidado em saúde, em todos os níveis de atenção. A proporção de nascimentos por cesariana é considerada acima da recomendação internacional. Além da Rede Cegonha, que propõe a mudança de modelo de atenção, é necessário existir monitoramento efetivo dos processos relacionados aos procedimentos de partos cesáreos.

Publicado

26-09-2019