CAPACIDADE FUNCIONAL E RISCO DE QUEDAS EM IDOSOS ASSISTIDOS POR UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE VITÓRIA-ES
Resumo
Introdução: O envelhecimento pode trazer consigo o declínio de diversas funções, tais como o equilíbrio, contribuindo assim para a ocorrência de quedas. A ocorrência e recorrência das quedas pode gerar no idoso o medo de cair induzindo-o a restringir suas atividades, visando evitar novas quedas. Essa restrição leva a uma incapacidade funcional, que se refere à dificuldade e dependência de executar tarefas cotidianas. Objetivo: Verificar a associação entre a capacidade funcional e o risco de quedas em idosos assistidos por uma Unidade de Saúde da Família (USF) de Vitória-ES. Metodologia: Procedeu-se um estudo quantitativo do tipo transversal com idosos de uma USF, a partir de uma amostra probabilística aleatória composta por 193 idosos. Foram coletadas informações referentes à capacidade funcional através do WHODAS 2.0, que avalia a funcionalidade através de seis domínios, onde cada domínio possui diferentes números de perguntas que podem ser respondidas em nenhuma dificuldade", "leve", "moderada", "grave" ou "extrema ou não realiza", sendo, respectivamente, 1, 2, 3, 4 e 5 a pontuação atribuída a cada resposta. Sua classificação é feita baseada na média da soma das perguntas, classificando com funcionalidade normal quem apresentar pontuação entre 1 e 1.9 e alterada maior ou igual a 2. O risco de quedas, foi avaliado através da escala de avaliação da marcha e equilíbrio de TINETTI, que consiste em itens relativos à marcha e o equilíbrio do idoso. Para cada item é atribuída uma pontuação baseada no desempenho do idoso e, ao final, é classificado com baixo risco aquele que apresentar pontuação total menor que 18 pontos e médio/alto risco o que apresentar entre 19 e 28 pontos. A análise deu-se de forma descritiva e inferencial, através do teste do Chi-quadrado de Pearson, sendo o risco de quedas a variável dependente. Foi realizado o teste do Chi-quadrado residual para as variáveis que se demonstraram estatisticamente significantes. Resultado: Dos 193 idosos entrevistados, a maioria apresentava baixo risco de quedas (52,5%) e funcionalidade normal (78%). Verificou-se que a capacidade funcional foi estatisticamente significante quando associada ao risco de quedas (p=0,000), observando ainda, através da análise do Chi-quadrado residual, que os idosos que apresentaram funcionalidade alterada apresentaram maior relação com o moderado/alto risco de quedas, e os que apresentaram funcionalidade normal apresentaram relação com o baixo risco de quedas. Conclusão: A capacidade funcional e o risco de quedas estão associados, sendo que os idosos que apresentam alteração da funcionalidade apresentam também maior risco para quedas. Tal fato nos leva a pensar que a funcionalidade dos idosos deve se manter preservada visando uma diminuição do risco de quedas e essa pode ser alcançada através da prática de atividades físicas, visto que o exercício físico proporciona um melhor funcionamento dos diversos sistemas do corpo. A preservação da funcionalidade permite, por sua vez, uma maior independência ao idoso, contribuindo assim para um envelhecimento mais ativo e saudável. Faz-se relevante, portanto, essa temática nos planejamentos para melhoria da saúde da pessoa idosa.Publicado
26-09-2019
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Trabalhos de Pesquisa - Eixo I Atenção Integral à Saúde
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