CUIDADOS PALIATIVOS: PERCEPÇÕES DOS ACADÊMICOS DE FISIOTERAPIA
Resumo
Introdução: O cuidado paliativo não apresenta a morte, mas afirma a vida reconhecendo que o morrer é um processo natural do viver. Estima-se que 40 milhões de pessoas no mundo precisam destes cuidados por ano e a formação dos profissionais de saúde nesta área, muitas vezes limitada ou inexistente, é um dos obstáculos para que se amplie este acesso. Objetivo: Compreender a percepção e o conhecimento dos acadêmicos de fisioterapia sobre os cuidados paliativos, conhecer sua visão sobre a atuação e a inserção do fisioterapeuta nesta área, e compreender a percepção sobre a sua formação acadêmica e quanto ao seu próprio preparo para trabalhar com estes pacientes. Metodologia: Realizou-se um estudo observacional exploratório de caso, com onze acadêmicos da fisioterapia de uma Universidade do Rio Grande do Sul que estavam cursando o oitavo, o nono e o décimo semestres do respectivo curso, com idade média de 24,45 anos. Os dados foram coletados através de Entrevista Semiestruturada com roteiro previamente elaborado contendo questões como: O que você entende por cuidados paliativos e onde acredita que estes podem acontecer? Durante a sua formação houve alguma abordagem sobre morte e cuidados paliativos, como foi? Você se sente preparado para trabalhar com pacientes em estado terminal e seus familiares? Esses dados foram categorizados e interpretados através da análise de conteúdo de Bardin. Resultado: Todos os acadêmicos afirmaram que o cuidado paliativo é uma área de inserção profissional para o fisioterapeuta que irá beneficiar o sujeito com uma doença sem possibilidade de cura com demonstrações de afeto mais do que com uma conduta técnica. Concordam com a relação entre o cuidado paliativo e a fisioterapia no sentido de proporcionar qualidade de vida e conforto, e entendem que estes podem ocorrer em todos os níveis de atenção à saúde. No que diz respeito à percepção dos acadêmicos em relação a sua própria formação, pode-se concluir que os temas morte e cuidados paliativos foram desenvolvidos por meio de palestras, debates e vídeos, porém foi evidenciado que estes temas foram percebidos de diferentes formas pelos acadêmicos. Ainda sobre a sua formação acadêmica nesta área os participantes relataram dúvidas em relação à comunicação com pacientes e familiares, o que sugere a necessidade de um treinamento formal sobre comunicação nos cuidados paliativos. Em relação ao seu próprio preparo para trabalhar em cuidados paliativos, alguns dos acadêmicos afirmaram não se sentirem aptos, o que pode ter relação com o tipo de formação fornecida e/ou com a personalidade e perfil emocional de cada participante. Conclusão: Os acadêmicos consideraram importante estarem preparados para trabalharem com os pacientes e seus familiares, com manejo e comunicação adequados, a partir de uma formação acadêmica que proporcione teoria, prática e apoio emocional.Publicado
26-09-2019
Edição
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Trabalhos de Pesquisa - Eixo II Formação e Educação Permanente
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