AGENTES DE COMBATES A ENDEMIAS E DIFICULDADES DO PROCESSO DE TRABALHO, CAMPO GRANDE-MS, 2014

Autores

  • Layza Sá Rocha UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - UFMS
  • Bruna Cotrim Rodrigues UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - UFMS
  • Diego Machado UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - UFMS
  • Carolina Zampieri UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - UFMS
  • Eloína de Matos Fonseca UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - UFMS
  • Jackeline Souza UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - UFMS
  • Aline Flávia Souza UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - UFMS
  • Suzi Rosa Miziara Barbosa UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - UFMS

Resumo

INTRODUÇÃO: Os Agentes de Combates a Endemias (ACE) são uma classe de trabalhadores pouco conhecida que apresentam um grande número de pedidos de afastamentos devido às implicações no estado de saúde dos trabalhadores decorrentes de suas atividades. Trabalham no intuito de auxiliar na prevenção a doenças, promovendo a saúde, de forma a possibilitar a redução nos gastos públicos, evitando que estas endemias tomem proporções maiores, porém sua saúde é profundamente afetada. Os estudos sobre os ACE são raros, mas evidenciam, em sua maioria a precariedade das condições de trabalho a vulnerabilidade emocional, social e econômica e suas implicações na saúde. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Foi primeiramente estudado o que é saúde do trabalhador e a ótica das diversas profissões além das leis que regem a ocupação dos ACE a fim de obter conhecimento teórico necessário sobre o que deveria ser a profissão. O estudo foi discutido através de encontros semanais utilizando a metodologia de roda de conversa dentro do grupo PET Saúde do Trabalhador. Em um segundo momento foi acompanhado um dia de trabalho dos ACE a campo e no Centro de Controle de Zoonoses e observado como é a atuação destes. Foi observados quais e como são utilizados os equipamentos de segurança, a administração dos produtos tóxicos, localização dos pontos de apoio, alimentação e condições ambientais e psicológicas envolvidas. No terceiro momento o grupo PET realizou encontros com os agentes na Escola de Saúde Pública a fim de compreender melhor a metodologia de trabalho na qual estão inseridos e o grande contraste reparado entre as leis e o observado anteriormente. Foi dado um espaço através da metodologia do grupo focal, onde os participantes levantam a problemática através de perguntas disparadoras. IMPACTOS: Apresentam EPI´s inadequados e insuficientes, principalmente os ACE, mas muitos assumiram que não utilizam. Relatam ardência e coceira na região da nuca e face durante o trabalho. Muitos utilizam medicamentos sem indicação médica. A infraestrutura do ponto de apoio é precária, sem local para necessidades básica e acondicionamento da alimentação. Dificuldades encontram no processo de trabalho devido muitas casas abandonadas e/ou recusas do proprietário à visita. Sentem descaso da população quanto ao trabalho realizado. Não apresentam feedback dos exames realizados. Verificaram-se falhas de orientação e no autocuidado. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Essa classe de trabalhadores apresenta grande importância para a saúde da sociedade, porém não se sentem valorizados, o que gera baixa autoestima. Foi constatado que o processo de trabalho esta deficiente e como consequência registra-se um número elevado de absenteísmo no ACE do MS. Sugere-se revisão do processo de trabalho e educação continuada.