FISIOTERAPIA NA PROMOÇÃO DE SAÚDE E PREVENÇÃO DE AGRAVOS PARA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA

Autores

  • Ellen Larissa Bail UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
  • Estafani Santos Castro UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
  • Andressa Koch da Cruz UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
  • Guilhermo Casini UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
  • Lara Kandauroff UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
  • Natalye Victoria da Costa Arsie UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
  • Vanessa da Silva Quevedo UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
  • Rubneide Barreto Silva Gallo UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Resumo

Introdução: A população em situação de rua é constituída por um grupo heterogêneo de indivíduos que não possuem logradouro convencional, o que acaba levando-os à adoção de espaços públicos ou construções abandonadas como moradia. A pobreza extrema e fragilidade dos vínculos familiares acaba modificando o modo de viver dessa população, tornando-a suscetível ao surgimento de diversos problemas de ordem biopsicossocial, o que justifica a importância de uma intervenção em saúde. O presente trabalho busca descrever a atuação fisioterapêutica na promoção de saúde e na prevenção de agravos da população em situação de rua, visto que existem poucos estudos relacionados a práticas com esse grupo histórica e socialmente segregado. Descrição: Para tanto, um grupo de estudantes se reuniu semanalmente por meio da disciplina "Habilidades Fisioterapêuticas na Promoção e Prevenção à Saúde", ministrada no quarto período de graduação em Fisioterapia na Universidade Federal do Paraná, para a realização de atividades dinâmicas com esta população, abordando a importância da promoção de saúde, a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, questões biopsicossociais, entre outras. As 14 intervenções foram realizadas na igreja Bom Jesus, localizada no Centro de Curitiba, sendo que os temas trabalhados foram escolhidos pelos estudantes juntamente com a docente responsável pela disciplina, fundamentados em pesquisas sobre as lacunas no atendimento e as necessidades desta população, trabalhando temas específicos: hábitos de vida; dores e desconfortos musculoesqueléticos; doenças respiratórias; doenças cardiovasculares; doenças de pele; violência e depressão; imagem corporal; direitos do homem e da mulher; doenças sexualmente transmissíveis; e câncer de próstata. Impactos: A experiência proporcionou aos participantes uma nova percepção da importância do cuidado com a saúde e da prática de atividades físicas; os alongamentos e exercícios de força realizados durante os encontros serviram para redução de dores musculoesqueléticas; os exercícios aeróbios foram utilizados para intervir nas doenças cardiovasculares relatadas pelos participantes, assim como os relaxamentos realizados atuaram na percepção e imagem corporal. Além disso, as rodas de conversas e atividades dinâmicas sanaram dúvidas e permitiram aos participantes interagir demonstrando os seus conhecimentos, entender a importância da promoção de saúde e da prevenção de agravos das doenças já instaladas, o que proporcionou empoderamento e autoconhecimento desses participantes. Outrossim, os estudantes puderam perceber a carência emocional decorrente da vulnerabilidade e da marginalização social deste grupo. Considerações: Desta forma, pode-se concluir que a experiência foi construtiva para ambas as partes envolvidas, visto que existem poucos estudos relacionados à atuação fisioterapêutica nesta população, o que tornou essa vivência enriquecedora para a formação dos futuros profissionais. Sobretudo, os participantes puderam ter a oportunidade de inserção como cidadãos em uma prática de grupo, algo que é especialmente importante para pessoas em situação de marginalização social.