MENTORING NA GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Resumo
Introdução: Transtornos na saúde mental dos estudantes da área da saúde, como quadros de ansiedade e depressão, tem sido reportados com mais frequência nos últimos anos. Concomitante a aquisição de complexos conteúdos teóricos e habilidades técnicas, o futuro profissional, incluindo o futuro fisioterapeuta, precisa conciliar inúmeras atividades curriculares com demandas de satisfação pessoal. Espera-se que durante a formação, o mesmo desenvolva empatia e o desejo de ajudar, promovendo a saúde nos diferentes níveis de atenção. Com o objetivo de estimular e orientar o desenvolvimento pessoal e profissional do acadêmico em formação, o programa de Mentoring foi idealizado para ampliar o apoio discente. Embora o programa possa ser proposto como atividade obrigatória ou opcional, bem como ser desenvolvido com acadêmicos de um mesmo período do curso ou não, ele visa estabelecer uma relação de apoio e inspiração entre mentor e acadêmico. Descrição: No primeiro semestre de 2016, o Programa Mentoring começou a ser implantado na Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora - SUPREMA e ofertado para os ingressos de todos os cursos da área da saúde oferecidos pela instituição, incluindo os do curso de Fisioterapia. O programa consiste em um acompanhamento e apoio à vida acadêmica, favorecendo o desenvolvimento de planos individuais de aprendizagem e o alcance dos objetivos curriculares. Isto é operacionalizado por três encontros formais, por semestre, entre o mentor e seu grupo de orientandos, composto por 8 a 12 acadêmicos do mesmo curso e período letivo. A coordenação do programa faz o controle dos encontros com o registro das demandas e discussões realizadas. Os acadêmicos do curso de Fisioterapia que participam do programa contam com um suporte que pode contribuir para uma formação mais estruturada e consciente. Impactos: Segundo relatos de acadêmicos do curso de Fisioterapia acompanhados pelo programa de Mentoring, o mesmo possibilitou maior esclarecimento e direcionamento sobre atividades fora da sala de aula como monitorias, projetos de extensão, projetos de iniciação científica, bem como formas de otimizar o tempo de estudo e organizar a agenda semanal acadêmica e pessoal. A facilidade de ter um mentor a quem era possível reportar conflitos e buscar soluções foi reportada como um dos principais benefícios do programa pelos acadêmicos. Além disso, o fato do mentor ser profissional da área em formação dos acadêmicos permitiu que este fornecesse informações complementares sobre a profissão, bem como sugerisse estratégias para se aprimorar o conhecimento teórico e as habilidades necessárias ao atendimento de pacientes. Como fragilidade, os acadêmicos apontaram a necessidade de haver melhor programação em relação às datas das reuniões. Considerações: Apesar do projeto ser incipiente na SUPREMA, há aceitabilidade e interesse dos docentes e importante apoio institucional. Como desafios a esta implantação, destaca-se o maior número de acadêmicos com relação ao de professores disponíveis, assim como a extensa carga horária do curso e grande número de atividades extracurriculares, o que implica a necessidade de planejamento cuidadoso, capacitação dos docentes e avaliação sistematizada do processo.Edição
Seção
Relatos de Experiência - Eixo II Formação e Educação Permanente
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