COMO A PANDEMIA PELO COVID-19 MUDOU A ROTINA DE RESIDENTES EM TERAPIA INTENSIVA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Resumo

INTRODUÇÃO: Em dezembro de 2019, vários casos de pneumonia foram relatados na cidade de Wuhan, na China. Constatou-se que esses casos se tratavam de um novo betacoronavírus, atualmente denominado Sars-coV 2. A doença pelo Sars-COv2(Covid-19) é uma emergência de saúde pública de importância Internacional. Ela consiste em uma infecção de disseminação rápida, com dificuldade para contenção e alta gravidade. Nesse contexto, tendo em vista o aumento dos números de casos e a necessidade de cuidados em saúde, foram necessárias a adoção de medidas de proteção aos profissionais residentes de saúde. Diante disso, o objetivo deste estudo é relatar as repercussões e os impactos na vida dos profissionais residentes nesse período pandêmico. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A pandemia causada pelo COVID-19 trouxe várias mudanças nas rotinas dos hospitais e dos profissionais de saúde e isso não foi diferente para os residentes em saúde. Tanto as práticas em campo de estágio-trabalho quanto às aulas tiveram interferência nesse momento nunca antes vivenciado. No contexto do estágio-trabalho dos residentes em questão, houve no período inicial da pandemia, onde aconteceu uma onda crescente e rápida dos casos de COVID-19, reajuste de carga horária, que antes se dava em 48 horas semanais passou a funcionar em sistema de rodízio, com dias alternados por um total de 24 horas semanais. Para que a carga horária total (60 horas) fosse devidamente cumprida, os residentes realizavam cursos além das aulas regulares na modalidade online a fim de se prepararem para atuar de forma adequada em casos de pacientes confirmados ou com suspeita de COVID-19, houve então um incremento substancial de carga horária teórica, pois no cenário atual, onde não existem tratamentos, a devida capacitação é essencial para que erros não sejam cometidos frente aos pacientes, ainda mais quando se trata de profissionais que estão em especialização. Após este período houve o retorno às 48h semanais de prática, onde os residentes também experimentaram o medo de se contaminarem pelo COVID-19, diante toda a exposição no campo de prática, além de que muitos ficaram por meses privados de suas famílias, devido ao alto risco de disseminação do vírus. IMPACTOS: As mudanças ocasionadas pela pandemia impactaram de forma direta e inesperada na rotina dos residentes em saúde, como consequência a carga horária prática reduzida houve um distanciamento da assistência clínica, o que pode gerar algum déficit na formação, por outro lado houve maior tempo dedicado à produção científica e qualificação. Outro desdobramento visto entre os residentes foi o estresse e exaustão mental, dada toda a insegurança que a pandemia gerou, além de nem sempre ser oferecido a devida segurança durante os atendimentos nos campos de prática. CONSIDERAÇÕS FINAIS: Tendo em vista o novo cenário, as alterações organizacionais nas estruturas das residências foram fundamentais no enfrentamento da COVID-19, pois as medidas adotadas possibilitaram aos residentes o devido aperfeiçoamento teórico, a permanência nos campos de prática visando a colaboração para com o sistema de saúde necessário nesse período crítico, como também a redução da exposição deste profissionais à COVID-19.