AS REPERCUSSÕES DO CUIDADOR COMO AGENTE TOMADOR DE DECISÃO NA ASSISTÊNCIA DOMICILIAR: UM RELATO DE PESQUISA

Autores

  • Antônio Lucas Oliveira Gois UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
  • Mayara Paz Aquino dos Santos UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
  • Luiz Odorico Monteiro de Andrade UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Resumo

INTRODUÇÃO: O Ambiente domiciliar é facilitador do tratamento diferenciado ao paciente. Nesse sentido, existe a figura forte do cuidador, que é algo fundamental. Esse cuidador refere-se a uma pessoa, predominantemente membro da família do paciente, que assume as responsabilidades de cuidado físico e social do paciente. Torna-se necessário em todas as intervenções um suporte, apoio e empoderamento para o cuidador. OBJETIVOS: Relatar as repercussões do cuidador como agente tomador de decisão na assistência domiciliar. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de pesquisa com abordagem qualitativa realizada em um programa de assistência domiciliar ligado à atenção secundária no município de Fortaleza-CE que teve como parte dos sujeitos, cuidadores de usuários atendidos pelo programa totalizando 5 cuidadores. Para o levantamento das informações utilizou-se de entrevista semi-estruturada e observação não participante, abordando a perspectiva do cuidador considerando-o agente na tomada de decisão que envolve o cuidado domiciliar. Na análise, as informações foram gravadas, transcritas e categorizadas. RESULTADOS: Foi observado que as funções do cuidador abrangem desde um recebimento mensal de material para o paciente no hospital, como auxílio nas atividades da vida diária, ocupacionais, lazer e cuidados clínicos para o paciente. Mas, uma função primordial para que o atendimento no domicílio funcione é esse cuidador ser um elo entre profissional, hospital e paciente. Os cuidadores apontam alguns pontos que dificultam suas funções, como, por exemplo, não ter com quem partilhar os cuidados, alguns aspectos de cuidados, somente eles sabem como lidar. Há uma lacuna da continuidade da assistência diferente da assistência hospitalar e muitas vezes é o cuidador que assume esse papel sendo responsável em maior parte do tempo pela continuidade da atenção. Por isso, é fundamental o empoderamento e capacitação desse cuidador para que se tenha uma atenção efetiva. Percebe-se que um cuidador bem orientado nas práticas e cuidados de saúde do usuário, principalmente em um sistema de saúde complexo em que cada indivíduo é tomador de decisão e co-responsável pela saúde, é o alicerce primordial para a efetividade do programa de assistência domiciliar em quaisquer níveis de atenção. CONCLUSÃO: Observa-se a variação de idade entre os cuidadores e a predominância do sexo feminino. Destaca-se que todos tinham algum grau de parentesco com os pacientes. A internação domiciliar, caracterizada na sua complexidade demandada de cuidados e como foco de ações na saúde pública brasileira, tornou-se espaço de muitos estudos, visando otimizar a sua implementação, pois é relevante seu impacto, favorecendo a desospitalização e um melhor cuidar em casa. A ação do cuidador torna-se portanto essencial para um cuidado mais efetivo e como uma forma de auxiliar o trabalho já desenvolvido pelos profissionais da saúde.